domingo, 11 de dezembro de 2011

Bíblia a um clique: a moda é acessar em tablets e smartphones

A imagem que se tem de que todo evangélico carrega uma Bíblia debaixo do braço está mudando. Nos cultos, a frase "abra a Bíblia" também começou a dar lugar a uma outra, mais moderna. "Agora eu digo ?acesse a Bíblia? quando quero indicar uma leitura", diz o pastor da Primeira Igreja Batista em Bento Ferreira, em Vitória, Washington Vianna, em referência ao uso crescente de tablets e smartphones pelos fiéis.

O livro mais tradicional e lido no mundo não para de se reinventar, e os fiéis encontram formas cada vez mais inovadoras de propagá-lo. Celebrado hoje, o Dia da Bíblia foi criado há quase 500 anos, justamente para divulgar a leitura em uma época de liberdade religiosa restrita.
foto: Carlos Alberto Silva

Fiéis da 1ª Igreja Batista de Bento Ferreira usam a tecnologia no culto e em casa

Interação
Como a ajuda da internet, hoje é possível ter acesso a várias versões da Bíblia ao mesmo tempo, em suportes variados, além de ver imagens e mapas dos locais citados. Alguns programas oferecem até leitura com comentários de pessoas do mundo todo a respeito dos versículos, onde também é possível postar os seus próprios comentários e debater os assuntos citados.

Recursos que fazem cada vez mais parte da vida dos fiéis. "Dá até para selecionar a opção que permite ouvir a leitura enquanto você faz uma outra atividade", diz o servidor público José Eduardo Souza Oliveira, 44 anos, que não abre mais mão da Bíblia no seu tablet.

Assim como ele, Ângela Fonseca, 37 anos, Aécio Alves Sena, 23, e Samuel Paganoto, 36, estão deixando cada vez mais a Bíblia em papel em casa. "Acompanhar a leitura do culto pelo Iphone é mais prático", diz Ângela.

Tipos


E não é só em formas de acesso que a Bíblia cresce. Novos "tipos" de Bíblia também não param de ser inventados. O gerente de Desenvolvimento Institucional da Sociedade Bíblica do Brasil, Mário Rost, diz que a entidade possui até uma versão a prova d?água. "Hoje, não basta traduzir, produzir e distribuir. É preciso atender às necessidades de cada público", explica.

Para o pároco da Igreja São Pedro Apóstolo, em Jacaraípe, na Serra, Kelder José Brandão Figueira, toda forma de divulgação da Bíblia é muito bem-vinda. "Só é preciso ter cuidado com as interpretações que se faz dela. Buscar o conhecimento teológico é sempre importante", ressalta.

"As novas tecnologias tornam a Bíblia ainda mais portátil. Atende à necessidade de todo mundo, em qualquer lugar, e a toda hora. Só temos a ganhar"

foto: Carlos Alberto Silva
Vitória - Angela Fonseca, 37, Aécio Alves Sena, 23, o pastor Washington Vianna, Samuel Paganoto, 36, e José Souza Oliveira, 44, são membros da 1º Igreja Batista de Bento Ferreira. Modernos, usam a tecnologia do celular, tablets e notebooks para ler a Bíblia durante os cultos ou em casa - Editoria: Cidades - Foto: Carlos Alberto Silva
Eles não abrem mão da Bíblia on line

Os membros da Igreja Missão Evangélica da Praia da Costa Bárbara Borges, 19 anos, Carla Paiva, 28, e Fábio Hertel, 43 anos, usam versões diferentes da Bíblia, de acordo com as suas atividades profissionais e interesses.
Católico celebra livro em setembroA Igreja Católica celebra a Bíblia durante o mês de setembro - quando se comemora o Dia de São Jerônimo (30 de setembro). O filósofo e teólogo foi o primeiro a traduzir o livro sagrado do grego para o latim. Atualmente, cerca de oito milhões de Bíblias são produzidas e distribuídas no Brasil, por ano.

Vale Ver

Para baixar

Aplicativos

O Holy Bible é um programa que permite acessar a Bíblia em diversas versões, ler e postar comentários sobre os versículos e ouvir a Bíblia. Pode ser usado baixado para smartphones e tablets

Sites
Bíblia Online


Diversos sites disponibilizam versões da Bíblia para acessar online, como o bibliaonline.com.br e o www.sbb.org.br

Curiosidade
A mais antiga

As páginas da primeira Bíblia impressa no mundo podem ser conhecidas no site www.hrc.utexas.edu/
exhibitions/permanent/gutenberg/project/


"É muito mais prático ler a Bíblia no computador e ainda há a vantagem de poder acessar várias versões"


P.riscilla T.hompson


A GAZETA




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Coisa do diabo? Nigeriana afirma ter desenvolvido um "pênis" quando estava grávida de cinco meses.


Nigeriana afirma ter desenvolvido um "pênis" quando estava grávida

Uma nigeriana afirma ter desenvolvido um "pênis" quando estava grávida de cinco meses.

Zuratu Mohammed, 48 anos, conta que seu martírio começou quando se casou com um policial contra a vontade de seu pai.

Logo no começo do casamento ela ficou grávida e notou que um órgão sexual masculino estava se desenvolvendo ao lado de sua bexiga.

Zuratu fez de tudo para esconder seu "pênis", mas o órgão foi descoberto na hora do parto. Além da vergonha, a mulher tinha de lidar com o fato de urinar durante o sono.

Com vergonha, Zuratu abandonou o marido e tentou voltar para a casa de seu pai, que exigiu que a nigeriana devolvesse o filho.

Segundo a mulher, o problema só desapareceu em uma igreja, da mesma maneira misteriosa que surgiu cerca de 30 anos antes. Eu, hein?

http://noticias.uol.com.br/tabloide/tabloideanas/2011/11/22/nigeriana-afirma-ter-desenvolvido-um-penis-quando-estava-gravida.jhtm

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Pastor Silas Malafaia comenta reportagem “Cair no Espírito” da Record – Assista…

Conforme prometido pelo Pr. Sila em seu Twitter gravou um comentário em vídeo sobre, segundo ele a nova palhaçada do Bispo Edir Macedo. E ele discorre na Bíblia em alguns versículos para basear o seu comentário. Clique, leia e comente… Mais uma vez o desespero de Edir Macedo se aflora e ele volta a atacar o movimento pentecostal e a cantora Ana Paula Valadão, tentando denegrir e ridicularizar estas igrejas e, novamente, a cantora gospel. Neste domingo, o programa Domingo Espetacular, da TV Record, exibiu uma extensa reportagem sobre o tema “Cair no Espírito”, que causou grande polêmica e escandalizou espectadores de diversas religiões, inclusive denominações evangélicas.

Pastor Silas pede para que façamos como o povo de Bereia, em passagem que examinava tudo a luz da Palavra, tudo que era pregado a eles.

Confira o vídeo com o comentário na integra do Pr. Malafaia e comente:





Veja o vídeo citado pelo pastor – Malafaia e os neurônios de Macedo2:

post inforgospel.com.br – Com informação VerdadeGospel.com
Prática do 'Cair do Espírito' Gera Controvérsias, 'É um Fenômeno Natural' Diz Apologista

A prática de “cair no espírito”, presente em diversas igrejas evangélicas no Brasil e no mundo, descrita na série “Grandes Reportagens” do programa Domingo Espetacular, da Record provoca controvérsias entre os próprios evangélicos.

Enquanto alguns apoiam a iniciativa, justificando o “cair” como maneira de ficar em plena comunhão com o divino, outros condenam a prática, classificando-a como modismo teológico.


De acordo com o apologista Johnny T. Bernardo, fundador do Instituto de Pesquisas religiosas (INPR Brasil), a prática não é aceita de forma unânime nas igrejas adeptas do fenômeno e mesmo nas igrejas petencostais. “São características esporádicas, presentes em igrejas de pouca formação teológica e que supervalorizam o ‘místico’ e o ‘sobrenatural’”, diz.

Segundo o estudioso, muitas pessoas, tanto latinas como de origem anglo-saxônica são facilmente atraídas por modismos teológicos e religiões de poder. “São características individuais e que variam de igreja para igreja e de país para país”.

é possível encontrar por, exemplo, igrejas em Nova York que induzem seus membros ao “cair no espírito”, mas também outras que optam por uma liturgia mais leve, com ministração de louvor e estudo bíblico. “Trata-se, pois, de um fenômeno global, e não apenas regional”.

História

O “cair no espírito” é uma prática adaptada pelas igrejas em célula e sua origem está na visão de Bogotá (G12).

Segundo Bernardo, o fenômeno passou a ser visto também como uma demonstração de que o crente está em plena comunhão com o divino.

Uma das igrejas pioneiras na prática é a Comunidade Cristã do Aeroporto, de Toronto, Canadá que, além do “cair no espírito”, tornou-se mundialmente conhecida pela “unção do riso” – experiência segundo a qual o crente começa a rir descontroladamente, seguido pelo “cair no espírito”. Outro “fenômeno” é o dente de ouro, prática comum em algumas igrejas pentecostais brasileiras, durante a década de 80.

A unção de Toronto passou a ser usada nas chamadas “ministrações”, reuniões de êxtase “espiritual” induzida por ministradores – pastores ou líderes de células – em ocasião de congressos e encontros.

Um dos primeiros a introduzir a prática no Brasil foi o casal César e Cláudia Castelhanos, autores e líderes internacionais da igreja em células. Presentes no 1º Congresso Nacional de Igrejas em Células no Modelo dos 12, realizado em junho de 2000, em Sumaré, SP, o casal ministrou a unção de Toronto, diante dos quais diversas pessoas, entre pastores e líderes, foram ao chão.

O crescimento exponencial do Protestantismo, que chega atualmente a cerca em torno de 590 milhões de seguidores, produziu uma igreja com diversas faces e formas de atuação, explica o apologista.

“é um fenômeno natural, mas que precisa de acompanhamento bíblico e eclesiástico. Os casos de Paulo e João que subiram ao céu por meio de um arrebatamento são fatos bíblicos que comprovam a atuação divina sobre o homem.”, diz Bernardo.

O estudioso acredita que a forma como algumas igrejas interpretam tal fenômeno foge à reta ortodoxia e constitui-se num prejuízo ao Evangelho.

“A virtude do Espírito é dada à Igreja como uma forma de “dunamis” (poder, impulso) para que esta realize a obra de Deus (Atos 1.8). é mais um sinal interno do que externo.”, conclui Bernardo.


portuguese.christianpost.com

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Herodes. Quantas crianças teriam sido mortas por ele na época do nascimento de Cristo?

Quantas crianças teriam sido mortas por Herodes na época do nascimento de Cristo?
Cristo diante de Herodes. Pintura de Duccio Di Buoninsegna : Christ Before Herod 1308-11

Cerca de 20. Se você não entendeu a pergunta, não sabe quem foi Herodes e por que ele teria matado 20 crianças inocentes, aí vai uma explicação. Herodes era o governador da Judéia na época em que Jesus Cristo teria nascido. Ao receber a notícia de que o Messias teria vindo ao mundo na cidade de Belém, Herodes preferiu cortar o problema pela raiz antes que o tal salvador de fato se transformasse em um problema para ele. Foi então que ordenou que seus guardas matassem todos os meninos com menos de 2 anos que encontrassem na cidade de Belém e nos seus arredores. Claro que ninguém tem certeza de que isso realmente aconteceu, da mesma forma que não se tem certeza sobre os feitos de Jesus Cristo na Terra. De qualquer forma, supondo que o massacre dos bebês tenha acontecido, alguns historiadores tentam calcular qual seria a dimensão desse crime. O americano Raymond Brown, autor do livro O Nascimento do Messias, estima que a vila de Belém tinha cerca de mil habitantes na época e cerca de 20 se enquadravam nas características do menino Jesus, que, graças a um anjo, escapou da degola. Durante um sonho, o tal anjo cantou a bola para José, que, sem perder tempo, pegou sua esposa Maria e o menino Jesus e se mandou para o Egito. É difícil estimar qual seria a dimensão desse infanticídio hoje, mas se considerarmos a população atual da cidade de Belém, podemos fazer uma projeção. Dois milênios depois do nascimento de Jesus, a cidade continua com ares de vila, com 27 mil habitantes. Portanto, é provável que o número de meninos menores de 2 anos não chegue a 500 (considerando a mesma proporção da época de Herodes). Já seria uma chacina e tanto, mas o crime seria de fato catastrófico se considerássemos uma grande cidade como São Paulo, onde, segundo o último levantamento do IBGE, vivem 709 mil crianças com menos de 3 anos. Outro dado interessante: em 2003, segundo o Ministério da Saúde, 888 meninos com menos de 1 ano morreram na cidade de São Paulo, ou seja: em um ano, sem nenhuma catástrofe, morreram 44 vezes mais crianças do que na chacina de Herodes.

 por Artur Louback Lopes

domingo, 16 de outubro de 2011

A fé pelos olhos de uma criança. Pregadores mirins roubam a cena em igrejas evangélicas

O missionário Mateus Moraes de apenas 13 anos já rodou o Brasil e parte do mundo com seu trabalho

foto: Leonardo Quarto

Mateus Moras em pose de artista

Mateus Moraes é uma criança de 13 anos. Um garoto sério e compenetrado. Ao lado do pai, Juanez Moraes, usa com cuidado as palavras e cada gesto parece premeditado. Diferentemente da maioria dos meninos da sua idade, passa boa parte de seu tempo discursando. Como todo bom orador e apesar da pouca idade, tem a desenvoltura e a eloquência típicas de quem está acostumado a falar em público. A roupa, os acessórios e a forma como pede para ser fotografado indicam: Mateus, um pregador da igreja evangélica pentecostal Assembleia de Deus, é uma estrela.

O adolescente é um dos mais conhecidos pregadores-mirins do país, crianças que desde muito cedo assumem o púlpito de igrejas, geralmente lotadas, e realizam a pregação do culto como adultos. Entrevistas para ele não são um desafio. Em sua mais recente passagem pelo Estado, na última terça-feira (11), para um culto especial para o Dia das Crianças da Assembleia de Deus de Carapina, na Serra, responde a cada pergunta com propriedade e segurança. O jovem pregador não sabe quantas vezes já teve seu trabalho questionado, mas, para defendê-lo, possui argumentos na ponta da língua.

Mateus fez suas primeiras pregações aos seis anos de idade, na Assembleia de Deus de Madureira, um tradicional bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Hoje, apenas sete anos depois do início da carreira, o jovem missionário, como ele mesmo se define, faz em média 300 apresentações por ano em todo o Brasil e já conhece quatro países. Nos últimos meses, esteve nos Estados Unidos, na Europa e foi um dos personagens de um documentário do canal fechado National Geographic. Para o próximo ano, tem convites para ir ao Japão e a África do Sul.

Mateus não é o único que começou a pregar muito cedo. É só realizar uma rápida busca pela internet para encontrar uma série de vídeos com crianças pregadoras espalhadas por todo o mundo. Como exemplo podemos citar Adriana Andreassa, também da Assembleia de Deus, mas de Belém, e o americano Terry, considerado o pregador mais jovem do mundo. Veja o vídeo abaixo:


Talento e treino

foto: Leonardo Quarto

Mateus Moraes e o pai, Juanez, em momento de fé antes da pregação do jovem

Mateus manifestou disposição para pregar aos dois anos de idade. Segundo ele, o que faz hoje é um misto de talento e muito treino. Além do dom que diz ter recebido de Deus, ele conta que teve a orientação do pai e do pastor da igreja que frequenta em Madureira para desenvolver o trabalho.

O missionário afirma ainda que, sem o investimento necessário, não é possível sustentar nenhum talento. O investimento a que ele se refere foi feito pelos pais e resultou em um CD musical e em um número impreciso de cópias das pregações feitas pelo Brasil. "É importante acreditar no sonho e seguir. Não sei ao certo o número de CDs e DVDs. Acredito que tenho uns 40 DVDs de pregação", estima Mateus.

Mateus faz questão de destacar ainda a ajuda que recebeu do presidente da Assembleia de Deus de Madureira, o pastor Abne Ferreira. Foi ele quem acreditou em Mateus e incentivou o trabalho como pregador. Juanez Moraes, pai do missionário, vai além e compara o pastor ao treinador da Seleção Brasileira de 1958, Vicente Feola, que teve coragem de lançar Pelé, então com 17 anos e que depois se transformaria no nosso maior craque de futebol, na final da Copa do Mundo daquele ano.

Quanto custa?

As passagens, a hospedagem e a alimentação de Mateus e da família não saem de graça. Tudo é custeado pela congregação que convida o jovem pregador. Além destes custos, existe também uma "oferta", que as igrejas pagam a Mateus e ao pai - quantia que eles preferem não revelar. "Algumas vezes mandamos DVDs e eles vendem, mas geralmente somos agraciados por ofertas. Além dos gastos com hospedagem, alimentação e transporte. Não temos um valor fechado. Oferta é oferta, funciona como um presente", detalha o pai.

foto: Leonardo Quarto

Assembleia de Deus lotada nos dia das crianças momentos antes da pregação de Mateus Moraes

E a criança
?

Mateus garante que não deixa de fazer nada por causa da igreja, mas pondera que leva uma vida regrada. "Vou à escola, tenho amigos. Mas, quando a gente escolhe seguir o chamado de Deus, é claro que alguma coisa muda. Toda o dia a dia começa a mudar, inclusive a personalidade. Sempre que posso aproveito o máximo da minha infância", conta.

Nas horas vagas, joga videogame e futebol. Assim como faz nos púlpitos, com o microfone nas mãos, ele diz que no futebol joga de atacante e gosta de ir para cima dos adversários. O pequeno missionário não afirma porém que é bom de bola, diz que está aprendendo e treina toda semana na escolinha de futebol do Flamengo.

Além de ir ao futebol e frequentar a escola, onde devido às constantes viagens precisa de ajuda de professores particulares e dos amigos para não perder a matéria, Mateus dedica uma parte do dia ao estudo da Bíblia. Ele diz que pelo menos uma hora diária é exclusiva para estudar a palavra.

"Jesus falou que teríamos aflições, mas que era para termos bom ânimo"

foto: Leonardo Quarto

Mateus Moraes não teme críticas que pode receber pelo trabalho desenvolvido


E é citando a Bíblia que Mateus responde aos que apresentam algum preconceito ao seu trabalho ou mesmo não acreditam nele. Sobre a rejeição que sofre, apenas como missionário, Mateus destaca que como criança nunca passou por uma situação dessa. "Todos que têm uma chama de Deus vão ser rejeitados, vão passar por dificuldades. É assim. Existem pessoas que admiram meu trabalho e pessoas que não. Sempre vai haver um grupo que me rejeita. Mas temos que levantar a cabeça. Eu não ligo. Daqui a 10 anos vamos ver quem deu valor à vida e o que cada um construiu. Aos olhos do mundo, o que eu estou construindo pode parecer feio e bocó. Mas daqui a alguns anos vamos observar onde cada um está", defende.

Mateus também enfrenta a desconfiança em relação as suas reais intenções como pregador. "Aos que não acreditam em mim recomendo que leiam a Bíblia onde Deus diz que escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e as coisas fracas para envergonhar os fortes. Diria a essas pessoas que não vou pagar por acusações que vierem contra mim. Diria também para lerem a Bíblia antes de me julgar. Até porque Jesus falou que da mesma forma que julgamos vamos ser julgados", explica.

Na igreja, Mateus emociona fiéis

Durante a pregação do Dia das Crianças, na Serra, Mateus era a atração principal e foi o último a falar com o público. Na pregação, assim como em outras apresentações, ele cativou os dois andares da igreja, completamente lotados de crianças e jovens. Confira abaixo, no vídeo, alguns momentos.






Uma das organizadoras do evento, Adriana Kurtt, diz que descobriu Mateus na internet. "Gostei da mensagem, da forma como fala e dai surgiu a ideia de chamar ele para pregar neste dia especial. Sempre trazíamos uma boneca, um adulto. Este ano resolvemos trazer uma pessoa diferente, mais ou menos da idade das crianças para falar de Jesus", explica.

Ao que parece, a atração agradou. O vendedor Ronei Soares relata que é muito interessante ver um adolescente falando a palavra de Deus desta forma. Ele diz também que não vê problemas em uma criança pregar da forma como ele prega. "Torço para que o senhor ilumine ele cada vez mais. Deus usa quem quer. Ele não escolhe, a obra é dele. O menino é apenas um instrumento utilizado, mas quem fala é o Senhor", acredita.

Para teólogo e pastor, moderação e experiência pesam contra Mateus

"Pregação é a exposição da escritura, é a palavra de Deus.
Como uma criança de oito, dez, anos vai conhecer a palavra de forma
suficiente para expor ela. Ou mesmo para ser um obreiro aprovado?
Acho que essa prática não deve ser recomendada na igreja", Hernandes
Dias Lopes, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória.

foto: Leonardo Quarto

No púbito da igreja, Mateus Moraes usa o microfone com desenvoltura

Mas a pregação, como se vê, não é unânime. Para o pastor Hernandes Dias Lopes, da primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, e também diretor executivo da Liga para o Caminho (LPC), entidade evangélica nacional responsável por realizar uma série de programas de rádio e televisão religiosos, o caso é mais sério. Ele reconhece que pessoalmente nunca viu uma criança pregar ou assumir a responsabilidade por um culto, mas se diz preocupado com esse fato.

Hernandes explica que para usar a palavra é preciso conhecê-la e acredita que uma criança dificilmente possui essa experiência. "Na minha visão, uma criança de seis anos, por mais precoce que seja, não tem o conhecimento necessário para pregar. Ela pode até testemunhar, contar alguma experiência que tenha vivido, mas assumir a pregação é complicado", relata.

Já o teólogo e professor de Filosofia Vítor Rosa defende que a participação de crianças em atividades litúrgicas é positivo para a criação delas. Para ele, esta é uma forma de inserir os pequenos em um processo de formação ético e religioso mais profundo. "É fundamental quando as igrejas incentivam o trabalho das crianças nesse trabalho de evangelização", diz.

Contudo Rosa lembra que tudo deve ser feito com critério e que as atividades da igreja não podem sobrepor os afazeres naturais de uma criança. "É necessário ter uma justa medida para que a religião não gere uma sobrecarga de trabalho na vida deles. Isso deve ser planejado e programado. Temos que lembrar que essas pessoas não podem perder sua identidade como criança", explica.

sábado, 24 de setembro de 2011

De Deus ou do diabo? Pastor teria incitado fiéis evangélicos a atirar ovos em católicos durante procissão.


Uma situação para lá de inusitada ascendeu a discussão sobre liberdade religiosa no município de Penedo -Alagoas. Conforme foi noticiado pelo site Aqui Acontece, nesta quarta-feira, 21, um grupo de católicos, acompanhados do Padre Jackson Nascimento e um grupo de evangélicos, acompanhados por um pastor da Assembleia de Deus, prestaram esclarecimentos ao delegado de Penedo, Rubem Natário, sobre um conflito durante uma procissão, ocorrida no último domingo.

Católicos reclamam que foram atingidos por ovos durante procissão, em Penedo.

Segundo informações da dona de casa Maria Alda, autora da denúncia à polícia, a confusão aconteceu durante a procissão de exaltação à "Santa Cruz", realizada no Povoado Ponta Mufina, Zona Rural de Penedo. Um pastor, que não quis se identificar, teria incitado os fiéis evangélicos a atirar ovos nos católicos durante a procissão.

A filha de Marial Alda foi uma das atingidas pelos ovos. A mulher estava indignada com a atitude da agressora e chegou a ameaçar acioná-la na Justiça pelo ocorrido e pelas ameaças que ouviu: "disseram que vão jogar óleo quente em mim".

A confusão ficou conhecida da população de Penedo somente nesta manhã, quando a dona de casa concedeu entrevista ao programa Lance Livre, da Rádio Penedo FM. Depois disto, os dois grupos religiosos foram chamados a prestar esclarecimentos na Delegacia.

O delegado Rubem Natário ouviu os envolvidos e propôs um acordo de paz e respeito entre os grupos e foi estabelecido que, tanto católicos como evangélicos, devem manifestar livremente sua fé.

Fonte:Informações do Aqui Acontece

Silas Malafaia, o pastor das contradições


Este vídeo mostra as contradições do Pastor Evangélico SILAS MALAFAIA ao afirmar que "não está nem aí" para os que o criticam e questionar se "alguém conhece alguma obra de crítico".

Como pode ser visto no vídeo, o referido "pastor" parece estar com necessidade de se reciclar pois existem certos tópicos que aparenta não lembrar bem.



Silas Malafaia chama vereador de vagabundo e é declarado 'persona non grata'
Pastor seria declarado cidadão honorário de São Luís. Vereador se opôs, dizendo que pastor é homofóbico. Pastor ofendeu vereador e perdeu a homenagem.

Após ser chamado de homofóbico por Ivaldo Rodrigues, líder do PDT na Câmara de Vereadores de São Luís, o pastor Silas Malafaia, presidente da Igreja Assembleia de Deus - Vitória em Cristo, afirmou que vai processar o pedetista e o classificou como “bandido”, “vagabundo” e “idiota”.  

Em resposta ás declarações do pastor, a Câmara de Vereadores de São Luís arquivou um projeto de lei de homenagem á Malafaia e ainda aprovou uma moção de repúdio considerando-o, a partir de agora, “persona non grata” em São Luís.

A briga entre Malafaia e Rodrigues começou há aproximadamente duas semanas, quando o pedetista pediu vistas em um projeto de concessão de título de Cidadão Ludovicense apresentado pela vereadora evangélica Rose Sales (PCdoB). A homenagem seria concedida a Malafaia, mas o vereador afirmou que o pastor era homofóbico e não seria digno do título.

Nesta segunda-feira, o pastor reagiu às declarações do pedetista em um programa de uma rádio evangélica. No programa, o líder da Assembleia de Deus – Vitória em Cristo negou ser homofóbico. Ele argumentou que homofobia não é condenar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Para ele, homofobia é agredir, ferir ou matar homossexuais.

“Ele está pensando que está falando com um pastor otário. Ele vai ser interpelado judicialmente e eu vou processar esse bandido, esse vagabundo desse vereador aí”, diz advogado

Ao negar ser homofóbico, Malafaia pediu provas de suas “condutas homofóbicas” e depois chamou Rodrigues de vagabundo, bandido e idiota. “Ele está pensando que está falando com um pastor otário. Ele vai ser interpelado judicialmente e eu vou processar esse bandido, esse vagabundo desse vereador aí. Ele está pensando que está lidando com otário. Ele vai ver o que é bom pra tosse. Eu sou homofóbico? Prova que eu sou homofóbico!”, disse o pastor. “Esse idiota não sabe nem o que é homofobia”, complementou.

Ele está pensando que está falando com um pastor otário. Ele vai ser interpelado judicialmente e eu vou processar esse bandido, esse vagabundo desse vereador aí”, diz advogado
Nem mesmo a autora do projeto escapou das críticas. Malafaia insinuou que Sales não defendeu com mais ênfase a homenagem por interesses do partido. “Eu estou desconfiado de que ela quer fazer graça pro partido, porque o partido dela apóia essa porcaria (luta de grupos LGBT)”, afirmou Malafaia.

Ainda durante as críticas contra Rodrigues, Malafaia atacou os ativistas e grupos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) em todo o Brasil.

“Eu declaro aqui o que já venho falando há muito tempo. Os grupos mais intolerantes da pós-modernidade são os homossexuais”, disse. “Eu não tenho medo de grupos homossexuais, de ativistas homossexuais. Eu não tenho medo de vereador desprovido de qualquer tipo de conhecimento. O que ser vê aí é um preconceito contra os evangélicos. Essa é que é a verdade. O que é homofobia, meu filho? Você critica pastor, critica padre, critica político, critica presidente, critica ministro, mas, se criticar prática homossexual, é homofóbico”.

As críticas de Malafaia aumentaram o mal estar na Câmara de Vereadores. Nesta terça-feira, alguns vereadores que ainda eram favoráveis à homenagem ao pastor resolveram tirar seu apoio ao projeto de lei. A mesa diretora da Câmara também resolveu aprovar moção de repúdio considerando Malafaia com “persona non grata”.

Além disso, a Procuradoria da Câmara já estuda medidas judiciais contra o pastor pelas declarações. “Um homem que usa um palavreado e age dessa maneira desequilibrada não pode ser um homem de Deus”, rebateu Ivaldo Rodrigues em um programa de rádio de São Luís.

Na sexta-feira, Malafaia estará em São Luís para participar do evento “Vida Vitoriosa para Você”. A organização do evento espera reunir aproximadamente 100 mil pessoas. O líder da Igreja Assembleia de Deus - Vitória em Cristo fará dois cultos na capital do Maranhão.

Wilson Lima, iG Maranhão

Fé e lucro. Expo Cristã, em São Paulo; feira evangélica deve movimentar R$ 1 bilhão em seis dias


Em feira evangélica, negócios vão de capa para Bíblia a consórcio de igreja


"Não é pecado, não", diz José Luiz Batres, gerente-geral da Nova Vida, grife que vende capas customizadas para a Bíblia. Seu alvo é o público feminino: por R$ 34,99, a consumidora pode adquirir um modelo de couro sintético com estampa de zebrinha e suporte para celular.

Batres é um dos empreendedores de olho no próspero nicho religioso. "Também percebemos o que a modernidade chama-se mundo secular, né? pode trazer ao mundo evangélico."

Na 10ª Expo Cristã, é lucro o que a modernidade traz. Montada no Pavilhão do Anhembi, a feira de negócios voltada a evangélicos reúne mais de 500 expositores.

A expectativa da organização é movimentar R$ 1 bilhão em novos negócios (direta e indiretamente) até amanhã, último dia do evento, que estima público de 163 mil.

O leque de produtos é amplo. Em meia hora de caminhada, a repórter da Folha recebeu panfletos sobre cadeiras para bufê, poltronas "confortex", consórcio para igrejas (créditos de até R$ 300 mil), pacotes turísticos (de Aruba a Israel), stand-up comedy cristão, o parque de diversão Beto Carrero, filmes, gravadoras e as mais diferentes versões da Bíblia.

Para Eduardo Berzin Filho, presidente da Expo Cristã, o mercado começa a acordar para o poder de compra dos evangélicos.

Ele destaca pesquisa da organização Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes) que calcula o surgimento de 10 mil novos pontos de pregação por ano.

"Com que dinheiro essas igrejas vão ser construídas? Oferta!", afirma. Ele complementa, em seguida, que o lucro deve "ser revertido para obras de Deus".

Música e mercado editorial são "os que mais dão dinheiro", avalia Benzin Filho.

Para o pastor Jabes de Alencar, da Assembleia de Deus, "só uma pessoa ignorante" acha que "fé e lucro não podem caminhar do mesmo lado". "A pessoa está dizendo que quem tem fé é alienígena. Mas são pessoas que comem, vão ao banheiro, ao restaurante, vestem, consomem."

Apu Gomes/Folhapress

Camisetas à venda na Expo Cristã, em São Paulo; feira evangélica deve movimentar R$ 1 bilhão em seis dias


ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
FOLHA DE SÃO PAULO

domingo, 28 de agosto de 2011

Salmo 19: Para iluminar a intuição, atrair a sorte e o êxito em todos os setores da sua vida


1 Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.

2 Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.

3 Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.

4 Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os confins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,

5 que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.

6 A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.

7 A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.

8 Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.

9 O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.

10 Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.

11 Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.

12 Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.

13 Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.


14 Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!


O Livro dos Salmos
Eis um dos livros mais bonitos da bíblia, se é que podemos dividir assim. Aqui encontramos clamor, lágrimas, arrependimento, humilhação, confissão de pecados, louvor, adoração, ações de graças, declaração de fé e confiança no Senhor, intercessão, devoção, guerra espiritual, exortação, ensino, história do povo de Deus, profecias, manifestações dos atributos de Deus. Tudo isso escrito em versos, de forma bonita e que toca fundo no coração.
É uma coleção de 150 poemas de adoração pública e privada. O título grego “salmos” significa “canções sacras acompanhadas de instrumentos”. O título em hebraico “Tehilim” significa o equivalente da palavra ‘louvores’.
O livro foi escrito por pessoas diferentes em épocas diferentes e é o livro de cânticos de Israel até hoje. Foi escrito, em sua maioria, com o objetivo de ser cantado com acompanhamento musical, especialmente com instrumentos, muitas vezes indicados no início do salmo (Sl 6,1).
Os autores foram: Davi (73); Asafe (12); Filhos de Coré (12); Salomão (2); Hemã (1); Etã (1); Moisés (1) e vários anônimos (48). As datas em que foram escritos abrangem desde Moisés, na peregrinação do deserto (em torno de 1500 A.C.), até o retorno do cativeiro sob Esdras (em torno de 450 A.C.).
O livro dos Sl contém cinco divisões, que segundo os judeus, acompanham os cinco livros da Torá ou Pentateuco:
Livro I – Salmos 1- 41 Livro IV – Salmos 90 - 106
Livro II – Salmos 42 - 72 Livro V – Salmos 107-150
Livro III – Salmos 73 – 89
Estas divisões são encerradas com uma doxologia (do Gr. dóxa, glória + lógos, tratado), que significa hino religioso; prece ou versículo em que se glorifica a grandeza e a majestade divinas.
Os judeus até hoje fazem uso diário em suas orações do livro dos salmos. Eles têm uma programação própria, dividida em 30 dias para que os 150 salmos sejam lidos durante o mês. Usam uma expressão a respeito dos salmos que diz: “todo aquele que soubesse o real poder dos Salmos, não pararia um segundo sequer de recitá-lo”. Existem pessoas, principalmente em Israel, que costumam recitar um capítulo de Tehilim a cada vez que escutam uma ambulância passar...
Provavelmente Davi foi o grande compilador do livro, visto que Davi compôs muitos deles e organizou os músicos levitas em 24 grupos de serviço, podemos concluir que ele tenha começado uma coleção desses cânticos a serem usados no santuário. (2Sa.23:1; 1Cr.25:1-31; 2Cr.29:25-30) Depois disso, devem ter sido feitas outras coleções, conforme se pode deduzir das repetições encontradas no livro. (Compare Sal.14 com Sl 52(53); 39(40),13-17 com Sl. 69(70); 56(57),7-11 com 107(108),1-5.) Diversos peritos acreditam que Esdras foi responsável pelo arranjo do livro dos Salmos na forma final.
Existe uma diferença na numeração dos salmos entre a bíblia hebraica e a grega. Quando o texto hebraico foi traduzido para o grego (septuaginta) houve uma descontinuidade na numeração, pois alguns salmos foram divididos em dois, dependendo da tradução. Observe as diferenças no quadro abaixo:


HEBRAICO

1 - 8
9-10
11-113
114-115
116
117-146
147
148-150

GREGO

1 - 8
9
10-112
113
114-115
116-145
147
148-150


As bíblias católicas na sua maioria adotam a numeração grega. As evangélicas adotam a hebraica, por isso muitas vezes há diferença na citação dos salmos. Algumas bíblias católicas adotam a numeração hebraica, mas trazem a numeração grega entre parênteses.

Podemos classificar os salmos (como forma didática par auxiliar na consulta) em:
1. Salmos de Louvor
2. Salmos da Realeza
3. Salmos da Realeza de Deus
4. Salmos de Ação de Graças
5. Salmos de Lamentação e Súplica
6. Salmos de Confiança
7. Salmos de Vigília
8. Salmos Didáticos ou de Sabedoria.

1 - Salmos de Louvor: Foram compostos para cerimônias litúrgicas. Eram cantados por ocasião das solenidades de Israel. Possuem caráter comunitário que se manifesta pelo uso do diálogo, coro, refrão, aclamação. Seus elementos característicos são: invocação a Deus, convite ao louvor, motivos laudatórios (que encerram louvor), bênçãos e orações. Sob a forma de hinos, os Salmos de Louvor celebram a soberania do Criador e do Deus da aliança. Dividem-se da seguinte forma:
Hinos ao Criador - Salmos 8, 19, 33 e 104
Hinos ao Senhor da história - Salmos 65, 113, 114, 117, 135, 136, 145 e 150
Hinos históricos - Salmos 78, 105 e 106
Cânticos de peregrinação (Exaltam Jerusalém e o Templo) - Salmos 120 a 134
Cânticos de Sião (Os poemas trazem a mensagem da esperança de plenitude: a vinda do Messias e do reino definitivo de Deus) - Salmos 46, 48, 76, 84 e 122

2 - Salmos da Realeza: Glorificam os monarcas da dinastia de Davi como representantes de Deus - Sl 2, 18, 20, 21, 45, 72, 89, 101, 110 , 132 e 144

3 - Salmos da Realeza de Deus: Celebram a sabedoria universal de Deus, como Rei por excelência - Sl 47, 93, 96 a 99

4 - Salmos de Ação de Graças: Nas cerimônias litúrgicas, os fiéis, acompanhados de parentes e amigos, ofereciam a Deus a ação de graças pelos favores alcançados. Caracterizam-se pela invocação, convite à ação de graças, retrospectiva sobre a aflição, relato da intervenção de Deus como salvador, anúncio do sacrifício de ação de graças, orações e promessa de louvor. Apresentam caráter individual e coletivo.
Individual - Salmos 9, 18, 30, 32, 34, 40, 41, 66, 92, 107, 116, 118 e 138
Coletivo - Salmos 66, 124 e 129

5 - Salmos de Lamentação e Súplica: Caracterizam-se pela lamentação, acompanhada de oração sobre o tema do perigo de vida, a opressão do inimigo, ou de outra circunstância aflitiva pessoal. Dividem-se, pela natureza, em individual e coletivo.
Individual - Salmos 5, 6, 7, 10, 13, 17, 22, 25, 26, 28, 31, 35, 36, 38, 39, 42, 43, 51, 54-57, 59, 61, 63, 64, 69, 70, 71, 86, 88, 94, 102, 109, 120, 130, 140-143
Coletivo - Salmos 12, 14, 44, 58, 60, 74, 77, 79, 80, 83, 85, 90, 94, 108, 123, 137

6 - Salmos de Confiança: Caracterizam-se também por lamentações, mas com um forte conteúdo na confiança no Deus altíssimo. Dividem-se, por sua natureza, em individual e coletivo.
Individual - Salmos 3, 4, 11, 16, 23, 27, 62, 63, 91, 121, 129 e 131
Coletivo - Salmos 46, 123, 125 e 126

7- Salmos de Vigília: Eram utilizados para a véspera de grandes solenidades litúrgicas- Salmos 5, 17, 27, 30, 57, 63 e 143

8 - Salmos Didáticos ou de Sabedoria: Tem como objetivo principal instruir.
Classificam-se em:
o Alfabéticos (37, 111, 112, 119 e 145).
o Histórico-didáticos (78, 105 e 106).
o Litúrgico-didáticos: quando chegavam à porta do santuário (15, 25 e 134).
o Exortação profética: oráculos de promessas ou ameaças; denunciam a impiedade e reforçam as exigências da Aliança (14, 50, 52, 53, 75, 81 e 82).
o Retribuição (37, 49, 73 e 91).
o De instrução ou sabedoria (1, 37, 49, 73, 112, 119, 127 e 133).

Curiosidades:
1) A palavra selah aparece 71 vezes nos salmos e 3 vezes em Habacuc. Sua tradução literal é: "descanso de um suspender ou erguer" e, embora sua etmologia seja incerta para os estudiosos, a grande maioria traduz como pausa para uma elevação dos nossos pensamentos a Deus; também uma orientação musical dada aos cantores ou à orquestra para "elevar", isto é, cantar ou tocar mais forte, ou com um acompanhamento mais alto.

2) A palavra Aleluia, vem do hebraico “halleluyah” e é composta da forma imperativa do verbo “halal” – louvar, e do substantivo “Javé” ou “Jeová”. Por tanto o significado lógico da palavra em hebraico e mantido em Português é - louvai ao Senhor. Daí vem a palavra “hallel”, que tanto ouvimos em eventos de música e que significa “louvai”.

Lições deste livro: É o livro de orações por excelência. Mostra o quanto a oração é importante, pois não fosse assim, Deus não deixaria um livro inteiro sobre o assunto. Nele encontramos expressões para todos os estados de nossa alma, desde a súplica até a adoração, passando pelo arrependimento e confissão de pecados. Nele encontramos promessas preciosas, palavras de ânimo e ensinamentos profundos sobre a natureza de Deus. É um livro para se ler um capítulo todos os dias, meditando e cantando os versos, deixando que o Senhor traga sua mensagem específica a nossos corações para aquele dia. O cristão que quer ter um alimento substancioso para sua alma deve ler um salmo diariamente.

Curiosidade sobre os Salmos
• Qual é o capítulo mais curto da Bíblia?
- Salmo 117
• Qual o capítulo mais comprido da Bíblia?
- Salmo 119
• Qual o capítulo que está no centro da Bíblia?
- Salmo 118
Há 594 capítulos antes do Salmo 118.
Há 594 capítulos depois do Salmo 118.
Se somarmos esses dois números totaliza 1.188
• Qual é o versículo que está no centro da Bíblia?
- Salmo 118:8
Esse versículo diz algo muito importante sobre a perfeita vontade de Deus para nossas vidas. Se alguém lhe disser que deseja conhecer a vontade de Deus para sua vida e que deseja estar no centro da Sua Vontade, indique a essa pessoa o centro de Sua Palavra, isto é, o Salmo 118:8:
"Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem".
Agora, pense: seria isso uma casualidade? Ou Deus está mesmo no centro da Bíblia e de nossas vidas?

[jesse.com.br]

domingo, 21 de agosto de 2011

Evangélicos proferem a fé longe do templo

Evangélicos: fé longe do templo 
Cresce no Espírito Santo o número de fiéis que não frequentam uma igreja
foto: Edson Chagas
Ana Dalva Corrêa (esquerda para direita), Zita Mendes, Josiane Aguiar e Venilda Campanha, membros do grupo evangélico Caminho da Graça de Itapoã - Editoria: Cidade - Foto: Edson Chagas
Da esquerda para a direita: Ana Dalva Corrêa, Zita Mendes, Josiane Aguiar e Venilda Campanha, membros do grupo evangélico Caminho da Graça de Itapoã 
Maurílio Mendonçamgomes@redegazeta.com.br

O espaço físico para as reuniões continua garantido, assim como os cultos e a postura de liderança do pastor. Mas a consciência de que o templo estará onde eles estiverem ajudou a aumentar o número de evangélicos que se dizem independentes e não se prendem a uma instituição. Segundo dados do IBGE (apresentados pela Folha de São Paulo), o número de evangélicos sem vínculo com igrejas chega a 4 milhões no país, quatro vezes mais do que em 2003.

É o que acontece com os frequentadores da comunidade Caminho da Graça, em Itapoã, Vila Velha. Há dois anos, quando 20 pessoas resolveram sair da igreja em que estavam, a solução escolhida foi usar as casas dos participantes para manter a união e a vivência em comunidade.

No Brasil
O número de evangélicos sem vínculo com igreja quadruplicou no país. Subiu de 0,7%, em 2003, para 2,9%, em 2009

Outras mudanças
Entre os evangélicos de missão (luteranos, batistas e metodistas, por exemplo), houve queda de 5,2%para 4,5%. Sobre os pentecostais, o aumento foi de 12% para 13%

Em queda
O grupo de católicos, no Brasil, segundo o IBGE, caiu de 74% para 68%. O de espíritas kardecistas está em 1,6%, e os sem religião chegam a 6,7%


"Não importava onde estávamos, mas sim a nossa intenção. Entendemos que ter o espaço físico não é o mais importante. O que vale é a nossa relação com Deus", defende Venilda Aguiar, 59 anos, uma das fundadoras do grupo.

A última reunião sem uma sede para a comunidade foi na casa dela. Até que surgiu a necessidade de se compartilhar um espaço. "As casas já não comportavam tanta gente. Então conseguimos alugar um local, que hoje mantemos com outros trabalhos, como um bazar", diz Ana Dalva Corrêa, 60 anos.

Todos que estão hoje na comunidade - cerca de 80, ao todo - eram de alguma igreja evangélica e afirmam ter saído da denominação por algum desagrado ou desinteresse, principalmente em relação às regras impostas.

"As pessoas se decepcionam e trocam de igreja ou preferem se reunir em grupos. Outras vão a várias instituições, mas não se prendem a nenhuma. O que importa é estar sempre em contato com Jesus", frisa o pastor da Igreja Metodista Wesleyana Luiz Carlos dos Santos.

Pontos de vista
Self-service religioso
"A mudança constante de igreja e a opção por não se fixar a nenhuma é um exemplo claro do que o sociólogo Zygmunt Bauman defende como "sociedade líquido-moderna". As pessoas têm o costume de não assumir compromissos, seja num relacionamento amoroso, seja com um emprego fixo, seja com uma igreja ou religião. É um self-service religioso, sendo aproveitado o que lhe interessa e quando há interesse", Vitor Nunes Rosa, teólogo e professor de Filosofia

"Essas pessoas, em algum momento, ficaram insatisfeitos com a igreja em que estavam, seja porque se desiludiram com os ideais dela, seja porque não querem seguir regras e diretrizes traçadas pela instituição. Eles defendem que a igreja não deve ser representada por um espaço físico. O Reino de Deus não fica ali. O que importa é a intimidade que você cria com Ele, independentemente do local", Abílio Rodrigues, pastor da Igreja Batista da Restauração


A GAZETA

sábado, 16 de julho de 2011

Igreja Universal - Bispo incentiva criança vender brinquedos e dar o dinheiro à igreja

Montagem com recortes dos trechos mais contundentes de vídeos denunciando os falsos religiosos que se dizem pastores e o que há de pior na rede mostrando a sacanagem que rola por detrás dos altares das igrejas que recolhem dízimos. Há sim pastores honestos, cuja conduta reflete o que pregam em suas igrejas, mas, assim como no caso dos políticos honestos, são bem poucos - pouquíssimos mesmo. Não há como negar: em qualquer igreja em que o dinheiro entrar pela porta da frente, a vergonha e a decência sairão pelas portas dos fundos.
Praticantes da Teologia da Prosperidade no Brasil:

- a Igreja Universal do Reino de Deus, do Bispo Macedo, que já esteve preso e é o grande campeão de denúncias por falcatruas e malfeitorias, tio do Bispo Marcelo Crivella, lambe-botas das raposas políticas de Brasília.

- Assembléia de Deus, do falastrão e mestre-enganador Silas Malafaia;

- Igreja Internacional da Graça de Deus, do Missionário R.R. Soares, ex-sócio e cunhado de Edir Macedo (ajudou a fundar a Igreja Universal), com o qual não conversa desde os Anos 80 por causa de brigas na divisão do dinheiro;

- Igreja Mundial do Poder de Deus, fundada pelo Apóstolo Waldemiro Santiago, inventor do Trízimo, ex-sócio de Edir Macedo -- em Mar.2010 três de seus pastores foram presos em flagrante por tráfico internacional de armas;

- Igreja Apostólica Renascer em Cristo, fundada pelo casal Estevam e Sônia Hernandes, acusados de malandragens de toda ordem, e que foram presos nos EUA por ilegalidades com dinheiro;

- Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, de Valnice Milhomens, criou o sistema de franquia nas igrejas;

- Igreja Sara Nossa Terra, do Pastor-Deputado Robson Rodovalho, notável bajulador de políticos;

- Igreja do Evangelho Quadrangular, do Pastor-Deputado Mário de Oliveira, acusado de mandar matar seu ex-amigo e também Pastor-Deputado Carlos Willian;

- Ministério Tempo do Avivamento, outro bajulador Pastor-Deputado Marco Feliciano;

- existe ainda uma infinidade de picaretas que pregam a Teologia da Prosperidade, como Anthony e Rosinha Garotinho - representantes do que há de pior na mistura venenosa de religião com política; ou como Doriel de Oliveira, fundador da Casa da Benção, pai do Pastor-Deputado Rubens César Brunelli Júnior, célebre personagem da Oração da Propina (veja as imagens: www.youtube.com/watch?v=xuaRqvzX5jY) em meio aos vídeos e denúncias de roubalheira de dinheiro público que culminou com a prisão do então governador do Distrito Federal.


Jornal Folha de São Paulo - 16 de Julho de 2011
http://www1.folha.uol.com.br/poder/944258-bispo-da-universal-incentiva-crianc...

Bispo da Universal incentiva criança a dar brinquedo à igreja

Uma criança de nove anos é incentivada por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus a vender seus brinquedos e doar o dinheiro à igreja para que os pais parem de brigar. Enquanto isso, sua mãe é exorcizada no altar.

A cena ocorreu em culto da Universal em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, e está sendo exibida em vídeo no blog do bispo Edir Macedo, fundador e líder da igreja. (...) No vídeo, o menino conta ao bispo Guaracy Santos que seus pais têm brigado com frequência. O bispo pergunta que sacrifício ele fará pelos pais. "Eu vou dar tudo que eu tenho", responde a criança. Guaracy devolve: "E o que é tudo que você tem?". "Brinquedo", diz o menino.

O bispo insiste: "Você vai vender?". A criança diz que sim, e Guaracy pergunta, referindo-se ao dinheiro: "Pra colocar onde?" "No altar", promete a criança. (...). E conclui: "Seja fiel, vende o que você tem. Tem fé pra isso? Vai na tua fé". (...)

DIREITO DA CRIANÇA

Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB-SP (...) "A criança deve ser poupada. Se a própria mãe está numa situação de incapacitada, nas mãos de outra pessoa, não se pode pegar uma criança para que ela explique o que está se passando".

A advogada Roberta Densa, que dá aulas sobre o ECA, avalia que o bispo se aproveita da condição "vulnerável" da criança. "É uma situação de manipulação".

Para João Santo Carcan, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o papel da igreja, ao tomar conhecimento de um problema desses, seria entrar em contato com os órgãos públicos de assistência social. "Ali tratam a criança como instrumento de receita", diz. (...)

Folha.com

domingo, 10 de julho de 2011

A sociedade mudou muito. Já as igrejas...

A sociedade mudou muito. Já as igrejas...
Regras definidas por igrejas muitas vezes limitam quem não tem como segui-las, como os divorciados




foto: Carlos Alberto Silva

O administrador Paulo Maurício, de 57 anos, e sua esposa Ângela Aparecida Casemiro Del Rey, de 40 anos, são um casal católico de segunda união

Há mais de 40 anos se instituía o divórcio. Recentemente, a lei reconheceu a união entre homossexuais. A sociedade moderna avança a passos largos, porém a maioria das igrejas tradicionais tetem mostrado dificuldades para acompanhar a rapidez dessas mudanças.

Nesse compasso, os fiéis que se encontram, mesmo sem querer, em situações de conflito com as doutrinas da igreja que decidiram seguir, encontram caminhos para continuar vivendo em plenitude a sua fé.

Questão de consciência
Há 20 anos, desde que se casou, a esteticista Angela Maria de Almeida, 41 anos, não comunga, por haver celebrado a união somente no civil. "Meu marido foi criado em uma família de pais de religiões diferentes e acabou não frequentando nenhuma.E ele não quis fazer a primeira eucaristia só para poder se casar na igreja", explica ela.

Angela acredita que se decidisse por comungar não seria recriminada nem pelo padre nem pela comunidade. "Mas não faço por uma questão de minha consciência com Deus, mesmo às vezes sentindo falta desse sacramento".

O mesmo pratica o casal Paulo Maurício del Rey, 57 anos, e Angela Aparecida Cassemiro del Rey, 40, que vive uma segunda união há 11 anos.

"Ninguém casa para se separar. E quando se rompe essa aliança é claro que há sofrimento, pois temos um respeito muito grande pelo sacramento do matrimônio. Mas as coisas ficaram mais claras quando a gente entendeu a proposta da Igreja para pessoas na nossa situação", conta Angela de Almeida.
foto: Ricardo Medeiros

Para formar uma família, ele abriu mão da vocação
Desde os 11 anos Edebrande Cavalieri estudou num seminário com o objetivo de se tornar padre. Seu ideal era trabalhar nas missões, ajudando a população mais carente do continente africano.

Mas no último ano de estudo, antes de sua ordenação, já um jovem de 24 anos, ele decidiu abrir mão da vocação por sentir que não seria possível conviver com uma das exigências da vida religiosa: o celibato. "Sempre procurei ser coerente com as minhas convicções. Apesar de acreditar na minha vocação, eu não podia seguir. Não dá para ter uma vida dupla", explicou.

Cavalieri se casou, teve filhos e ingressou na vida acadêmica. Hoje é professor de Filosofia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele garante que a mudança de rumo na sua vida não abalou em nada sua relação com o catolicismo.

"O celibato é uma questão disciplinar da Igreja e não tem relação direta com a fé da pessoa", explica. Na opinião de Cavalieri, que também é teólogo, a Igreja Católica é liberal e tem o cuidado de "ouvir a voz do tempo". "Até a década de 60 as missas eram rezadas em latim. Isso e muita coisa já mudou na Igreja", garante ele.

Acolhimento
O casal encontrou na comunhão espiritual e no serviço à Igreja a forma de viver sua fé. Trabalha na Pastoral Familiar há seis anos, no acolhimento de casais em situação especial.

A coordenadora da Pastoral Familiar da Paroquia Sagrada Família, Gláucia Magalhães Guimarães, conta que muitos casais de segunda união chegam à igreja pensando que não serão bem recebidos. "Eles acreditam que o que os envolve na Igreja é a eucaristia, e a primeira coisa que perguntam é por que não podem comungar. Mas há outras formas de se sentir em comunhão com Deus, como se alimentar da palavra sagrada", explica.

Para gays há duas saídas: omitir e continuar ou mudar
Nem a família nem os colegas que participam da mesma igreja evangélica do professor César (nome fictício), de 28 anos, sabem que ele é homossexual. Desde os 11 anos ele frequenta as celebrações em que se prega que a família ideal e abençoada por Deus é aquela formada por um homem e uma mulher. "Na adolescência foi a parte mais difícil e na qual eu tinha mais conflitos pessoais. É uma fase em que você ainda não se aceita, e como a igreja não abre espaço para o tema, fica tudo mais complicado", conta.

Para se preservar, ele prefere não participar dos ritos das celebrações, que incluem a ceia. "A gente acaba ficando um pouco à margem das celebrações, às vezes por iniciativa própria". Mesmo com todas essas questões, César não pensa em mudar para as igrejas que têm surgido, lideradas por homossexuais. "Cresci aqui, é onde tenho meus amigos. Eu gosto da religião que escolhi", afirma.

Outro caminho seguiu o fisioterapeuta Jeferson Lima, de 31 anos. Ele cresceu na Igreja Católica, mas com o tempo acabou mudando para uma denominação espírita. "Além de haver sentido minha mediunidade, mudei porque aqui não preciso esconder quem sou e me sinto mais confortável. Mas sigo uma doutrina quase particular, pois não vejo a homossexualidade como pecado", afirma Lima.

Religiosidade cada vez mais privada
Para o teólogo Wanderley Pereira da Rosa, as novas formas de família, o divórcio, a homoafetividade e outros aspectos da vida moderna têm levado as pessoas a viverem a sua religiosidade em um âmbito mais privado. "Hoje o que diz o papa não é mais lei para todos aqueles que frequentam a igreja. Eles vivem a sua fé, mas na hora de solucionar as questões da vida particular, as decisões não costumam ter cunho religioso", afirma. Para ele, a manutenção de normas e proibições que não se ajustam a modernidade podem gerar sentimentos de culpa nos fiéis e um ambiente de hipocrisia. "É o que acontece, por exemplo, quando um membro tem que ocultar a sua sexualidade e os fiéis acabam não tendo liberdade dentro da própria igreja", explica.

Análise

"Mudanças em ritmo lento"
Christovam Mendonça, teólogo, mestrando en Ciências da Religião e coordenador do Fórum Estadual em Defesa dos Direitos e Cidadania LGBT
Todas as igrejas, inclusive as mais tradicionais, não são formadas somente por dogmas e doutrinas. Elas são instituições políticas, empresariais e administrativas que necessitam serem legitimizadas pela sociedade. E a medida que começam a perder fiéis, passam a se adaptar.

Acredito que é isso o que vai acontecer com relação aos gays e outras questões. Lentamente, as igrejas passarão a ser mais inclusivas. Isso já ocorreu com o divórcio, por exemplo. Antes, pessoas divorciadas não eram aceitas. Hoje elas já podem participar de várias atividades em algumas igrejas. E isso aconteceu em muitos outros casos: antes a igreja pensava que os negros não tinham alma, que a terra era o centro do universo, que escrever com a mão esquerda era um caso de possessão demoníaca. E tudo isso mudou.

A Igreja Presbiteriana Unida e a Batista dos Estados Unidos são exemplos de denominações que já adotam uma proposta mais inclusiva com relação à diversidade sexual.


Autoria: Cida Alves
A Gazeta - ES

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Religião e crença em deus não são necessariamente fatores positivo na sociedade

Para iniciar a seção de Ciência, apresentamos aquele que é um dos mais poderosos estudos onde se pode constatar que religião e crença em deus não é necessariamente um fator positivo na sociedade.

Gregory S. Paul de Baltimore, MD, apresentou um estudo com o título: Correlações em variáveis quantificáveis de saúde pública em democracias prosperas com religiosidade popular e secularismo (Cross-National Correlations of Quantifiable Societal Health with Popular Religiosity and Secularism in the Prosperous Democracies), que foi publicado “Jornal da Religião e Sociedade”, volume 7 em 2005 (ver aqui).

No artigo podemos ler que teístas gostam de afirmar que o “criador” foi instrumental para o desenvolvimento de comportamentos morais e éticos, assim como as fundações necessárias para uma sociedade saudável e coesa. Evidência que a crença num “criador” é benéfica para sociedades é largamente baseada em assumpções empíricas, e estudos com manipulações experimentais e/ou erros metodológicos (como por exemplo, selecção de uma amostra de conveniência).

Os dados recolhidos para este estudo foram resultado de aplicação de sondagens em 38 nações pela International Society Survey Program e da Gallup em temas de Ciência Social. A última sondagem contabilizou 23.000 pessoas em democracias “desenvolvidas”; Portugal é considerado como um exemplo de uma democracia Europeia de “segundo mundo”. Outros países incluídos foram: Alemanha, Reino Unido, Holanda, Estados Unidos, Japão, países Escandinavos, entre outros. As variáveis independentes incluíram: literacia bíblica, frequência de preces, e ida regular a igrejas.

Igualmente para avaliar actividades, fervor e conservadorismo religioso, crença absoluta em deus foi questionada. Variáveis independentes foram consideradas: homicídio, suicídio juvenil, gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e taxa de interrupção voluntária da gravidez.

Análises de regressão múltipla foram aplicadas devido à variabilidade nos graus de correlações e devido aos factores de função social serem (naturalmente) de grande complexidade. Correlações dos dados foram efectuadas inicialmente para medir interacções entre variáveis.

Os resultados encontrados são de grande importância e merecem uma análise detalhada.

Democracias seculares têm visto a taxa de homicídios diminuir progressivamente até atingir os valores mais reduzidos de sempre. Por outro lado, os EU, onde os níveis de religiosidade são muito elevados, são a única democracia próspera que tem altos valores de homicídio. Portugal, apresentado neste estudo como uma sociedade teística, tem valores de homicídios muito acima de outras democracias seculares.

A correlação positiva entre factores religiosos e mortalidade juvenil é declarada, principalmente entre aqueles que tem valores mais elevados de crença e prece.

Relativamente a DST’s, taxas de gonorreia adolescente nos EU são seiscentas vezes mais elevadas que em países menos teístas, e com sociedades seculares. Igualmente os EU mostram as taxas mais elevadas de infecções de sífilis. Duas das mais curáveis DTS’s foram quase eliminadas em países da Escandinávia, que se caracteriza por ser fortemente secular.

Taxas de aborto adolescente mostram correlações positivas com crença e “entrega ao criador”, e correlação negativa com ateísmo. Novamente, o pais que mais sofre de aborto em adolescentes é os US, novamente, o país no estudo com maior número de crentes. Um ponto interessante de analisar foi a afirmação de João Paulo II que a cultura secular agrava a taxa de abortos, enquanto os dados mostram exactamente o contrário.

Nas conclusões, o autor refere que, ao contrário do que seria desejado por setores religiosos das sociedades mais desenvolvidas (nomeadamente nos EUA), os dados não mostram que países mais religiosos, com uma maior crença num “criador”, têm melhores taxas de saúde pública. As populações de democracias seculares podem claramente governar-se e manter coesão social sem necessidade de recorrer a “sistemas de fé”. De fato, os dados deste estudo demonstraram que democracias seculares, pela primeira vez na história, quase atingem um ponto de “cultura de vida”, com baixos valores de crime letal, diminuição de aborto, mortalidade juvenil e doenças sexualmente transmissíveis.

domingo, 12 de junho de 2011

Um outro Jesus

Um outro Jesus
Os evangelhos apócrifos - textos que foram proibidos pela Igreja e que desapareceram por mais de um milênio - trazem um Jesus diferente daquele que conhecemos
Érica Montenegro


Quem não conheceu a si mesmo não conhece nada, mas quem se conheceu veio a conhecer simultaneamente a profundidade de todas as coisas.
Esta frase acima é atribuída a Jesus Cristo. Mas não adianta ir procurá-la na Bíblia. Ela não está em nenhum lugar dos Evangelhos de Lucas, Marcos, Mateus ou João, os únicos relatos da vida de Jesus que a Igreja considera autênticos. A citação faz parte de um outro evangelho – o de Tomé. Também não perca seu tempo procurando por esse livro no Novo Testamento. Não há por lá nenhum evangelho com o nome do mais cético dos apóstolos, aquele que queria "ver para crer".
Acontece que o texto existe. E é um documento antigo – segundo alguns pesquisadores, tão antigo quanto os que estão na Bíblia (veja quadro na página 51). O Evangelho de Tomé, assim como outras dezenas – ou centenas – de textos semelhantes, foi escrito por alguns dos primeiros cristãos, entre os séculos 1 e 3 da nossa era. Ele foi cultuado por muito tempo. Até que, em 325, sob o comando do imperador romano Constantino, a Igreja se reuniu na cidade de Nicéia, na atual Turquia, e definiu que, entre os inúmeros relatos sobre a vinda de Cristo que existiam, só quatro eram "inspirados" pelo filho de Deus – os "evangelhos canônicos" ("evangelho" vem da palavra grega que significa "boa nova", usada para designar a notícia da chegada de Cristo, e "canônico" é aquele que entrou para o cânone, a lista dos textos escolhidos). Os outros eram "apócrifos" (de legitimidade duvidosa). Estes foram proibidos, seus seguidores passaram a ser considerados hereges e muitos foram excomungados, perseguidos, presos. A maioria dos apócrifos acabou destruída e os textos sumiram, alguns para sempre.
Mas nem todos. O Evangelho de Tomé, o de Filipe e o de Maria Madalena, por exemplo, escaparam por pouco da destruição – graças a um egípcio anônimo. Em algum momento do século 4, esse egípcio teve a boa idéia de esconder num jarro de barro cópias manuscritas na língua copta desses textos e de muitos outros ameaçados pela perseguição da Igreja. O jarro ficou 1 600 anos sob a areia do deserto. Acabou resgatado por um grupo de beduínos, em 1945, perto da cidade egípcia de Nag Hammadi. Só nos últimos anos os textos acabaram de ser traduzidos e chegaram ao conhecimento dos cristãos do mundo.
Assim, por acidente, alguns apócrifos sobreviveram ao tempo. E agora, 2 mil anos depois da morte de Cristo, eles estão fazendo um tremendo sucesso. Inspiram filmes milionários (como Matrix) e best sellers (como O Código Da Vinci). São adotados por seitas cristãs, geram religiões, dão origem a teorias conspiratórias e são cada vez mais lidos por fiéis do mundo, inclusive cristãos tradicionais, que não vêm contradição entre alguns desses textos e a religião que eles seguem. Só no Brasil há pelo menos 30 grupos cujas crenças são baseadas nos apócrifos. Como explicar essa súbita popularidade para textos que estiveram sumidos por mais de um milênio e meio?

Talvez a principal razão seja o fato de que os textos revelam mais sobre Jesus. Os quatro evangelhos canônicos contam uma história fascinante, mas deixam muitas brechas. Os cristãos do mundo têm vontade de saber mais sobre esse homem, ainda que seja através de textos que a Igreja não considera legítimos.
E vários dos apócrifos trazem passagens reveladoras para aqueles que tentam enxergar o homem por trás do Deus. "É um Jesus mais humano, em situações mais próximas da vida de homens e mulheres de hoje", diz o jornalista espanhol Juan Arias, do El País, autor de livros sobre a história do cristianismo. Arias, que cobriu o Vaticano por 14 anos, está terminando um livro em que resume as pesquisas históricas a respeito de Maria. Um dos temas que ele examina é a falta de referência em alguns apócrifos à virgindade da mãe de Jesus. "Que mulher se identifica com outra que foi mãe sem perder a virgindade?", pergunta.
Além disso, vários apócrifos trazem o retrato de um Jesus diferente do que conhecíamos. "As questões de gênero, as relações de poder e até mesmo a espiritualidade estão colocadas em termos mais ecumênicos e holísticos nos apócrifos", diz o frei franciscano Jacir de Freitas Farias, professor do Instituto São Tomás de Aquino, em Belo Horizonte. Frei Jacir promove retiros em que evangelhos apócrifos, meditação e ioga se misturam para proporcionar conforto espiritual aos participantes.
Veja por exemplo aquela citação lá atrás, a que abre a reportagem. O que está escrito ali é que nada é mais importante que a sabedoria, e que o autoconhecimento é o caminho para a sabedoria. Essa idéia – que não é muito diferente daquilo que prega o budismo – está completamente ausente dos evangelhos de Mateus, Marcos, João e Lucas. Qualquer bom cristão sabe que o Novo Testamento oferece um caminho de só duas pistas para a salvação. Primeiro: é preciso ter fé (ela remove montanhas). Segundo: suas ações têm que ser boas (ame o próximo como a si mesmo). Em nenhum lugar há referência a outra rota para o Paraíso. Nem Lucas, nem Marcos, nem Mateus, nem João mencionam a salvação pelo autoconhecimento, ou pela sabedoria.
Se o cristianismo tradicional ignorava a importância do autoconhecimento, a idéia não é nova para nós, ocidentais do século 21. Sigmund Freud, no século 19, trouxe para a ciência a idéia de que há algo para ser descoberto dentro de nós mesmos – no caso, o subconsciente – e que esse algo pode nos trazer conforto e felicidade. Talvez esteja aí – na herança freudiana – uma das explicações para o sucesso dos apócrifos nos tempos atuais.
Há outras. O Evangelho de Tomé e outros apócrifos falam ao coração de um contingente que não pára de crescer nos tempos atuais: os ávidos por espiritualidade, mas desconfiados da religião (é bom lembrar que a maior parte dos católicos brasileiros se diz "não praticante"). "O reino está dentro de vós e também em vosso exterior. Quando conseguirdes conhecer a vós mesmos, sereis conhecidos e compreendereis que sois os filhos do Pai Vivo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis na pobreza e sereis a pobreza", diz o texto de Tomé.
Muitos apócrifos pregam também códigos de conduta menos rígidos que os do cristianismo tradicional. Numa passagem do Evangelho de Maria Madalena, Cristo diz que "eu não deixei nenhuma ordem senão o que eu lhe ordenei, e eu não lhe dei nenhuma lei, como fez o legislador, para que não seja limitada por ela". Esse trecho parece contrariar a própria autoridade da Igreja. Em Tomé, também aparece um Jesus menos dado a imposições, que diz "não façais aquilo que detestais, pois todas as coisas são desveladas aos olhos do Céu". Bem diferente das aulas de catecismo, não?
Outra novidade é que vários apócrifos valorizam o papel da mulher. Os evangelhos de Filipe e de Maria Madalena afirmam que Madalena recebia revelações privilegiadas do Salvador. "O Senhor amava Maria mais do que todos os discípulos e a beijou na boca repetidas vezes", afirma o de Filipe. Para Karen King, historiadora eclesiástica da Universidade Harvard, Madalena estava tão autorizada a pregar a palavra de Jesus quanto os 12 apóstolos. "Os textos mostram que Maria Madalena entendeu os ensinamentos de Jesus melhor do que ninguém", afirmou, em entrevista à revista National Geographic.
Sem falar que muitos apócrifos deixam em segundo plano uma velha conhecida dos cristãos: a culpa. Você conhece a história dos livros canônicos: eu e você somos pecadores, e Cristo morreu na cruz para nos salvar. Nós pecamos, ele morreu – durma-se com isso na consciência. Já os evangelhos de Tomé, Filipe e Maria Madalena não contêm uma só linha sobre o julgamento e a condenação de Jesus. Ou seja, a Paixão de Cristo, que hoje consideramos central para a fé cristã, não tinha a menor importância para os seguidores desses textos. Nada de culpa, portanto. Ele traz apenas charadas que convocam seus leitores a reflexões espirituais.
Para resumir: os apócrifos revelam um Jesus mais democrático e menos sexista, mais tolerante e menos autoritário – características que combinam com nossos dias. Eles eliminam a culpa e abrem caminho para uma fé pessoal, algo que faz sucesso nestes tempos individualistas. Sem falar que estão cercados de uma charmosa aura de mistério. "Esta é uma sociedade que desconfia de qualquer instituição, então dizer que eles foram condenados pela Igreja vira um chamariz e tanto", diz o teólogo Pedro Vasconcellos, da PUC de São Paulo. Deu para entender por que eles estão tão na moda?

Mas, afinal, que textos são esses? Dá para dizer que eles são vestígios de cristianismos perdidos. Sim, é isso mesmo: o cristianismo, no começo, não era um só, eram vários. "Nos séculos 2 e 3, havia cristãos que acreditavam em um Deus. Outros insistiam que Ele era dois. Alguns diziam que havia 30. Outros, 365", escreve Bart Ehrman, professor de Estudos Religiosos na Universidade da Carolina do Norte, no livro Lost Christianities ("Cristianismos Perdidos", sem versão em português).
Os primeiros cristãos viviam em comunidades clandestinas, que se reuniam às escondidas nas periferias das cidades e que tinham pouco contato umas com as outras. Essas comunidades eram lideradas muitas vezes por pessoas que conheceram Cristo ou pelos próprios apóstolos. Como Cristo não deixou nada escrito, coube a essas primeiras lideranças do cristianismo construir a religião.
Não há como saber se o Evangelho de Mateus foi escrito pelo próprio Mateus. "Naquele tempo, como ainda hoje, não faltava quem se candidatasse a pregar em nome de um personagem tão importante", afirma o teólogo Paulo Nogueira, da Universidade Metodista de São Paulo. Mas é bastante provável que o texto tenha sido construído a partir dos ensinamentos do apóstolo recolhidos por seus seguidores. Da mesma forma, os evangelhos de João, Pedro, Maria Madalena, Tomé e Filipe devem ter sido os textos que guiavam as práticas dos grupos que se reuniram em torno dessas figuras importantes da religião nascente (ou que buscaram inspiração nelas). "Os evangelhos apócrifos, da mesma forma que os canônicos, não devem ser encarados como reproduções exatas das palavras de Jesus Cristo, mas como interpretações da mensagem dele feitas pelas primeiras comunidades cristãs", diz o teólogo Vasconcellos. É claro que essas interpretações nem sempre concordavam umas com as outras. E, portanto, é claro que, naquela aurora do cristianismo, produziram-se diversos textos – muitas vezes contraditórios entre si.
Entre os primeiros grupos cristãos havia, por exemplo, os ebionitas, uma das seitas mais antigas. Eles se consideravam judeus e achavam que Jesus era o Salvador apenas do povo hebreu. Os ebionitas mantinham os rituais judaicos, rezavam voltados para Jerusalém e acreditavam que Cristo tinha sido especial não por ser filho de Deus, mas por ter seguido à perfeição a lei judaica.
No outro extremo, estavam os marcionitas, para quem havia dois deuses. O primeiro deles seria um deus mau – o deus dos judeus, responsável por tudo de ruim no planeta. Jesus seria o segundo, um deus bom, que teria surgido para nos liberar da divindade maligna. Esse cristianismo, que hoje soa bizarro, foi popular no começo do século 2, antes de ser condenado como heresia em 139. Uma das razões para o sucesso é que a tese de dois deuses exclui a culpa cristã. Se um deus mau criou o mundo, é ele o responsável pelos sofrimentos sobre a terra.
Os gnósticos tinham crenças aparentadas às dos marcionistas. Também para eles o mundo foi criado por uma divindade imperfeita e não havia por que nos sentirmos culpados pelos males que existem. A diferença é que os gnósticos acreditavam que o Deus bom influiu na criação. Ele dotou cada um dos seres humanos de uma centelha divina – que nos dava a capacidade de despertar dessa imperfeição e conhecer a verdade. Se conseguirmos acumular conhecimento (gnosis, em grego), nos libertaremos desse mundo mau e estaremos salvos. Cristo, para os gnósticos, seria um enviado desse Deus verdadeiro, cujo objetivo seria nos ensinar a despertar. A escrita e a leitura cumpririam um papel importante nesse processo, e por isso eles deixaram muitos textos (boa parte dos apócrifos são gnósticos). Nota-se uma forte influência da filosofia grega nesse cristianismo.
Há uma boa pitada de gnosticismo naquela frase do Evangelho de Tomé que abre esta reportagem. Mas os tomasinos (seguidores de Tomé) eram uma seita à parte. Eles também acreditavam na salvação pelo conhecimento, mas iam além: pregavam que a busca é completamente individual. Os tomasinos rejeitavam a hierarquia – e, portanto, a Igreja. A salvação está dentro de cada um de nós e podemos atingi-la sem a ajuda de um padre.
E havia, claro, os seguidores de Paulo e os de Pedro, fortes especialmente em Roma, bem no centro do império. Esse grupo, no início, não era maior nem mais representativo que os outros. A proximidade com a burocracia estatal que administrava o Império Romano certamente exerceu influência sobre ele – não é à toa que o cristianismo romano era o mais organizado e hierarquizado de todos.
Cada uma dessas comunidades cristãs seguia um certo conjunto de textos – e rejeitava outros. Mas a maioria considerava legítimos os evangelhos de Marcos, Matias, Lucas e João, que provavelmente são os mais antigos e menos controversos. Em 312, o imperador romano Constantino se converteu ao cristianismo. E foi o cristianismo de Roma que ele escolheu. Constantino administrava um império que era quase "universal", e queria também uma "Igreja universal". Quando, 13 anos depois, sob as ordens do imperador, a Igreja se reuniu para decidir o que era o cristianismo, os bispos de Roma, mais organizados e com o apoio decisivo do imperador, sobressaíram nas discussões. "O credo de Nicéia acabaria por se tornar a doutrina oficial que todos os cristãos deveriam aceitar para participar da Santa Igreja, a Igreja Católica", escreve o teóloga Elaine Pagels, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, no livro Além de Toda Crença: O Evangelho Desconhecido de Tomé.
Os textos que não davam importância à crucificação de Cristo acabaram proibidos. Afinal, a Igreja romana, que cresceu em meio a violentas perseguições, valorizava muito o martírio – associado ao martírio de Cristo. Os evangelhos dos tomesinos, que pregavam a busca individual pela salvação, também caíram fora. A hierarquizada Igreja de Roma obviamente não simpatizava com essas idéias libertárias. Entre os textos que foram proibidos, vários faziam parte das bibliotecas gnósticas. Para Eusébio de Cesária, que no século 4 escreveu o primeiro livro sobre a história do cristianismo, o gnosticismo estava sendo introduzido pelo demônio, "que odeia o que é Deus, que é inimigo da verdade, hostil à salvação do mundo, voltando todas suas forças contra a Igreja". Acredita-se que os manuscritos de Nag Hammadi sejam tesouros salvos da biblioteca gnóstica do Mosteiro de São Pacômio, que ficava lá perto.
Ninguém sabe ao certo quantos evangelhos foram suprimidos. O que se sabe é que só quatro livros foram considerados "corretos". Apenas neles "o ensinamento das linhas de Deus é proclamado. Não acrescentem nada a eles, não deixem nada se afastar deles", segundo um decreto de um bispo de Alexandria. Daí para a frente, haveria quatro evangelhos. E, pela primeira vez, um só cristianismo.

Voltemos então à pregação gnóstica, expressa em vários dos evangelhos apócrifos. O mundo é mau por natureza, mas cada um de nós traz dentro de si uma centelha e, se atingirmos o conhecimento, iremos despertar. Jesus veio à Terra para nos ensinar o caminho. Agora substitua nessa história o nome de Jesus pelo de Neo. E temos um dos maiores sucessos pop dos últimos anos, a trilogia Matrix.
Matrix fez tanto sucesso porque toca num tema com o qual é difícil não se identificar: a sensação de não pertencer a esse mundo, de se sentir estranho nele, e de que ele é banal demais para nossas altas aspirações espirituais. É claro que seria um absurdo dizer que o sujeito que saiu do cinema empolgado com a saga dos irmãos Wachowski tenha sido tocado pelo mesmo tipo de revelação que os cristãos envolvidos pelas pregações gnósticas no século 2 ou 3. Mas talvez não seja por coincidência que o roteiro, inspirado por textos gnósticos, tenha soado tão transcendental .
Os evangelhos apócrifos, assim como os canônicos, foram escritos por pessoas inquietas, numa época conturbada e difícil, em que as antigas respostas já não davam conta de acalmar os espíritos. É claro que os tempos, hoje, são muito diferentes. Mas, de novo, boa parte da humanidade está inquieta e insatisfeita com as respostas que existem. Tem muita gente em busca de alguma coisa que torne nossa existência mais transcendente, mais valiosa. E esses textos escritos por outros homens, numa busca parecida, podem nos dar uma dica de onde começar a procurar.

Um dos critérios para explicar por que só os evangelhos de Marcos, Lucas, Mateus e João entraram na Bíblia é a datação. Um consenso entre os especialistas situa os canônicos como tendo sido escritos entre 60 e 90. Já os apócrifos teriam sido produzidos a partir do século 2. Mas também sobre essa questão pairam dúvidas.
Está lá no Evangelho de João. Cristo disse: "Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram". Alguns pesquisadores, como a americana Elaine Pagels, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, acham que o autor do texto, quando o escreveu, estava respondendo ao Evangelho de Tomé. Se a tese dela está correta, o Evangelho de Tomé é mais antigo que o de João.
Segundo essa teoria, o Evangelho de João seria um esforço para negar que a salvação pudesse ser atingida pela busca pessoal do autoconhecimento, tese central de Tomé. O Evangelho de João coloca então Tomé no papel do cético exagerado que é repreendido por Cristo. E conclui apontando um caminho mais simples para a salvação: basta acreditar nela. A fé salva.

Evangelho - Evangelho de Pedro
Conteúdo - Provavelmente circulou no século 2, tendo sua autoria atribuída ao apóstolo Pedro. Conta uma versão diferente da ressurreição de Cristo: o Salvador teria sido conduzido ao céu por dois anjos
Por que foi proibido - Foi acusado de uma heresia chamada "docetismo", pela qual Jesus era somente espírito
Como foi descoberto - Arqueólogos franceses encontraram um fragmento do texto na tumba de um monge no Egito, em 1886

Evangelho - Evangelho de Filipe
Conteúdo - Traz histórias que não estão na Bíblia, como a de que Jesus mudava de aparência para conhecer aqueles a quem se revelava. Sugere seu relacionamento com Madalena. Circulou no século 3
Por que foi proibido - Por ser gnóstico e afirmar que só mulheres virgens entravam no Paraíso (o que inviabilizaria as famílias)
Como foi descoberto - Foi encontrado em 1945, em meio aos manuscritos enterrados num vaso em Nag Hammadi

Evangelho - Evangelho de Maria Madalena
Conteúdo - Num dos poucos fragmentos que restaram, Cristo ressuscitado instrui os discípulos a espalhar o gnosticismo e avisa que não deixou leis. Afirma que Jesus transmitiu segredos a Madalena
Por que foi proibido - O texto é escrito de acordo com o gnosticismo, que foi condenado como heresia
Como foi descoberto - Um pedaço foi descoberto em um mosteiro egípcio em 1896. Outra versão estava em Nag Hammadi

Evangelho - Evangelho de Tomé
Conteúdo - São 114 frases atribuídas a Jesus. Nelas, Ele afirma que a salvação vem do autoconhecimento e que a centelha divina está em cada um. Alguns pesquisadores dizem que o texto é do século 1
Por que foi proibido - Foi combatido pelos primeiros padres da Igreja por causa de seu contéudo gnóstico
Como foi descoberto - É um dos textos que estavam perdidos até a descoberta de Nag Hammadi, em 1945

"Jesus disse ao jovem o que devia fazer, e à noite este veio a ele com um vestido de linho sobre o corpo nu. E ficaram juntos aquela noite, pois Jesus ensinou-lhe o mistério do reino de Deus." Esse trecho explosivo foi divulgado nos anos 70 por Morton Smith, pesquisador da Universidade da Califórnia.
Morton afirma que organizava a biblioteca do mosteiro de Mar Saba, próximo a Jerusalém, em 1958, quando encontrou a citação copiada na contracapa de um livro. O trecho teria vindo de um certo Evangelho Secreto de Marcos, escrito pelo mesmo autor do Evangelho de Marcos.
Especialistas confirmaram que o texto correspondia ao estilo do autor. Morton publicou dois livros polêmicos em que defendia a tese de que a conjunção carnal fazia parte da iniciação cristã. Seria uma grande descoberta, não fosse um detalhe: o único que viu o achado foi o próprio Morton. O livro sumiu do mosteiro. Portanto, uma dúvida insolúvel ronda o suposto evangelho homoerótico: seria verdadeiro ou uma fraude engendrada por um exímio conhecedor de textos antigos?
A trilogia Matrix não é o único sinal da influência dos evangelhos apócrifos sobre a cultura pop. Outro que se fartava na fonte era o autor de ficção científica Philip K. Dick. O escritor, cujos livros inspiraram filmes como o clássico-mor do sci-fi, Blade Runner, e também Minority Report (de Spielberg) e O Troco (de John Woo), era entusiasta de textos gnósticos, que abasteceram a "dualidade bem e mal" em sua obra. Outra história pop é a do relacionamento entre Maria Madalena e Jesus Cristo. O megabest seller O Código Da Vinci, do americano Dan Brown, pega carona nessa onda e sustenta uma trama mirabolante sobre os filhos de Jesus e Madalena, que será levado às telas em 2005, pelas mãos do diretor Ron Howard. Hollywoodianamente, a influência dos apócrifos pôde ser vista até mesmo em blockbusters descartáveis, caso do rocambolesco Stigmata. Nele, a atriz Patricia Arquette é acometida pelas chagas de Cristo. Num clima de suspense de segunda, o filme evoca os escritos de Tomé quando entra no assunto de que a Igreja seria dispensável para que o cristão se aproximasse de Deus. Detalhe bizarro: algumas cenas se passam no Brasil e os figurantes falam uma tosca mistura de português, espanhol e italiano.
Na livraria:
Lost Christianities: The Battles for Scripture and the Faiths We Never Knew - Bart D. Ehrman, Oxford University Press, EUA, 2003
Além de Toda Crença: O Evangelho Desconhecido de Tomé - Elaine Pagels, Objetiva, Rio de Janeiro, 2003
Apócrifos da Bíblia e Pseudo-Epígrafos - Cristão Novo Século, São Paulo, 2004
As Origens Apócrifas do Cristianismo - Jacir de Freitas Faria, Paulinas, São Paulo, 2003
Jesus, Esse Grande Desconhecido - Juan Arias, Objetiva, Rio de Janeiro, 2002

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