sábado, 29 de janeiro de 2011

Personagem de terror do Espírito Santo, ex-delegado diz que seguiu a política do "bandido bom é o morto", mas que Jesus o fez um novo homem

Cláudio Antonio Guerra: "Me deram muito poder"
O temido ex-delegado diz que seguiu a política do "bandido bom é o morto", mas que Jesus o fez um novo homem


Um senhor de cabelos brancos, sandálias e mãos trêmulas que seguram uma Bíblia nos recebe em uma casa de repouso em Vila Velha. Por trás do jeito tranquilo está o homem que comandou no Estado o Departamento de Ordem Política e Social (Dops), cujo objetivo era controlar e reprimir movimentos contrários ao regime político na década de 70. Contra ele pesam acusações de formação de quadrilha, roubos de armas, tráfico de drogas, tortura e homicídios, incluindo o de sua própria mulher.

O temido ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra, acusado de chefiar grupos de extermínio, garante que hoje é um novo homem. Aos 70 anos, afirma ter tido um encontro com Jesus no presídio onde cumpria pena por assassinato. Por isso admite erros, mas não é direto ao falar que matou ou torturou. Justifica seus atos com o contexto histórico em que viveu e com o poder que lhe foi dado.

Seu semblante calmo só se altera quando lembra do constrangimento da família ao visitá-lo na prisão. "O difícil é o vexame. Os visitantes precisam ficar nus. Não é justo, é algo que a Justiça precisa mudar", defende.

De delegado temido a pastor. Como se deu essa mudança?Foi plano de Deus. Antes servia ao homem e procurei fazer o melhor, mas cometi muitos erros. Reconheço isso porque agora tenho Jesus. Mas não pensava desta forma quando fui condenado. Avaliava que os meus atos eram justificados, feitos para proteger a sociedade.

Tinha alguma religião?Como todo brasileiro sem religião, dizia que era católico, mas não frequentava a igreja.

O que sentiu ao ser preso?Revolta. Não aceitava estar entre bandidos ao invés de uma prisão só para policiais. Era horrível. Na Penitenciária de Viana, na segurança média, dividia uma cela com mais três pessoas, mas no dia a dia convivia com outros presos. A raiva só começou a se transformar no início de 2006, quando conheci uma missionária de nome Santinha, muito parecida com a minha mãe. Foi o que me fez prestar atenção ao que ela pregava e me converti. Em 2007, com autorização da Justiça, fui batizado nas águas do Rio Jucu.

E como era a convivência com as pessoas que tinha mandado para a cadeia? As autoridades me alertaram que poderiam me matar, mas depois que comecei a frequentar e a participar dos cultos, passei a servi-los, a ajudar os que tinham problemas jurídicos. Até que a situação mudou.

Como?No início de 2008 a Promotoria avaliou que eu era um preso com mordomias e me transferiu para a ala de segurança máxima. Um lugar de castigo, isolado. Ficávamos 22 horas num cela pequena, sem energia. Fiquei 90 dias sem falar com minha família. Não pude nem levar a Bíblia. Hoje sei que Deus agiu para me mostrar que eu ainda tinha alguma soberba. Lá vi que estava sozinho, sem o apoio da família. Ali minha fé se fortaleceu.

De que forma?Estava em uma cadeira de rodas, com artrite reumatóide. Uma única vez tive condições de ir a um especialista, que me receitou remédios para as dores. Até que um presbítero orou por mim e disse que estaria andando na quinta-feira seguinte, e foi o que aconteceu. Sei que ocorreu um milagre comigo.

O senhor teve outros problemas de saúde?Tive 95% de obstrução nas veias do coração e precisei fazer uma cirurgia para colocar um stent.

O senhor acha que as pessoas acreditam na sua conversão?Não estranho e não fico magoado se não acreditarem. Antes eu dava risada quando me relatavam situações como a minha. Nunca imaginei que um dia seria pastor. Tinha até um trato com um colega, o investigador Pedro Suzano, de que se na velhice um dos dois tentasse se esconder atrás da Bíblia, o outro o mataria com um tiro de 12 (escopeta). Quando ele soube dos novos rumos da minha vida, enviou uma carta dizendo estar feliz com minha decisão.

Onde avalia que a sua vida perdeu o rumo? Antes de ser policial eu fui oficial de justiça em Minas Gerais. Lá ajudei a fazer a reintegração de posse de algumas terras e acabei fazendo inimizade com um fazendeiro que mandou me matar. Um primo acabou sendo morto em meu lugar. Na época, nada pude fazer porque me avisaram que havia o envolvimento de policiais. Anos depois fui convidado a participar de uma diligência para prender um foragido. Nela estava o policial que matou meu primo. No final, ele e o bandido estavam mortos. Ali começou o caminho para a violência.

O senhor os matou? Não me eximo de culpa porque estava junto.

O que veio depois? Fui convidado a atuar em uma força policial na divisa com Minas Gerais por conhecer bem a região. O objetivo era combater a pistolagem. Naquele mês a área foi limpa, mais de 30 pessoas - todos bandidos - morreram. Mas eu queria abandonar essa vida e fiz o concurso da Polícia Civil no Estado, onde passei a atuar como escrivão.

O que mudou?Vivia em paz, longe dessa coisa de matar que, apesar de negar, me dava medo. Um dia estava na delegacia, onde trabalhava com o coronel Décio Nascimento, quando recebemos a visita de um coronel mineiro, velho conhecido. Naquele dia Nascimento descobriu o meu passado e fui nomeado delegado de Maruípe. Assumi o cargo e comecei a me destacar. Algum tempo depois assumi a Delegacia Especializada em Crimes contra a Administração Pública. Era só fachada, porque fazia de tudo.

O senhor também comandou o Dops no Estado. Fui convidado por um coronel do Exército porque a guerrilha e a luta contra esquerda estava ferrenha. Eles me lembraram que eu tinha sido treinado para isso, o que era verdade. Aqui montei uma rede de informações mais eficiente que a do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Rio de Janeiro. Tinha informantes em vários lugares, como o sul da Bahia, onde o partido (Partido Comunista ) foi estourado. Depois assumi várias delegacias, me destaquei e criei inimigos na corporação. Minha última função foi à frente do Grupo de Operações Especiais (GOE), até ser exonerado em 1990.

Há várias acusações contra o senhor por homicídio, formação de quadrilha, roubos de armas, tráfico de drogas e tortura.Hoje não me defendo de nada. Deus me conhece e sabe o que fiz ou não. Naquela época havia uma vontade política de me destruir e muitas coisas erradas foram feitas. No caso do Jonathas Bulamarques não digo que sou inocente, mas fui condenado também pela tentativa de homicídio contra as irmãs Denise e Déia Gava, mas as moças nem no hospital ficaram. Então, qual foi a tentativa de homicídio? Foi uma condenação política, mas isso é passado.

E a morte da sua companheira Rosa Maria Cleto? A morte dela era para mim. Ela e a irmã - Glória - foram executadas por alguém que reconheceram, mas isso não está nos autos. Alegam que mandei matá-la por ciúmes, mas estava no Rio de Janeiro apurando informações sobre o caso Araceli. A força tarefa trazida por Gerson Camata ao Estado indiciou policiais militares pelo crime, mas as armas deles não foram verificadas e seus depoimentos foram direcionados. Não há acusações contra mim nos autos.

E o caso Maria Nilce?Fui acusado de desviar os rumos do processo, mas eu prendi o José Sasso. A Polícia Federal só cumpriu o que eu já tinha feito, mas não chegou aos mandantes porque não interessava. Eu os teria encontrado.

Tem medo de ser morto? Não. Prego em lugares perigosos como Santa Rita e Alecrim, em Vila Velha, onde as pessoas me reconhecem. Já encontrei até quem tinha mandado prender.

Onde errou? Fiz escolhas erradas. Nunca deveria ter saído de Minas Gerais para aceitar poder no Espírito Santo. Foi me dado muito poder numa época em que se pregava a violência. O governo federal nos ensinava que bandido bom era o morto. Havia uma política de bandido morto e fui muito usado para isso. Não estava preparado para tanto poder. Hoje sei que esse foi o meu erro, porque ninguém tem direito de tirar a vida do outro, mesmo a do pior bandido, porque ele pode ter a oportunidade de mudar. E se isso não ocorrer, se ele for um risco para a sociedade, deve ser mantido em um lugar adequado, respeitando a sua integridade. Não respeitar isso foi meu erro no passado.

Como é sua rotina hoje? Estou em uma casa de repouso por determinação da Justiça, em decorrência do meu estado de saúde. Vou à farmácia, ao médico e à igreja. Não tenho escolta, mas apresento no fim do mês um relatório de tudo o que faço. Vivo com dificuldades financeiras, mas não quero nada do passado. Se quisesse bastaria um telefonema para os antigos amigos para ter uma vida tranquila.



Um passado de acusações e condenações

Vida. Cláudio Antonio Guerra está com 70 anos. Tem nove filhos e 11 netos. Estudou Direito em Colatina e voltou a se graduar, no ano passado, em Teologia, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Foi oficial de justiça em Minas Gerais e escrivão e delegado da Polícia Civil até 1990 no Estado, quando foi exonerado. Agora luta por sua aposentadoria.

Condenação. Foi condenado a 42 anos de prisão  em regime fechado - dos quais ficou preso por 10 anos -, pelo atentado a bomba, em agosto de 1982, em Vitória, que mutilou o bicheiro Jonathas Bulamarques e feriu as irmãs Denise e Déia Gava. Bulamarques era apontado como chefe de uma quadrilha internacional de roubo de carros, tráfico de drogas, jogo de bicho e falsificação de dinheiro. No atentado, ele ficou mutilado, mas acabou sendo morto cinco meses depois, em uma invasão à sua casa, em Vila Velha.

Caso das irmãs. Glória e Rosa Maria Cleto, que foi companheira de Claudio Guerra, foram mortas em dezembro de 1980. Rosa foi encontrada em um lixão em Itacibá, Cariacica, com 19 tiros, e Glorinha com 11 tiros. Pelo crime, Guerra foi condenado a 18 anos de prisão, mas o caso aguarda decisão do Tribunal de Justiça, segundo ele.

Maria Nilce.  A jornalista foi assassinada no dia 5 de julho de 1989, aos 48 anos. Segundo o processo, os tiros foram dados por José Sasso. Até setembro de 1989, o inquérito foi presidido pelos delegados Josino Bragança e Cláudio Antônio Guerra, mas em agosto do mesmo ano passou para a Polícia Federal (PF) após denúncias de irregularidades na condução das investigações. A PF indiciou seis pessoas pelo crime. José Sasso foi morto em 18 de setembro de 1992. Contra Guerra pesavam acusações de ligações com Sasso, que estava em sua casa quando se pensava que estava foragido.








1990 - Delegado da Polícia Civil Cláudio Antônio Guerra



A Gazeta

Leia mais sobre o ex-delegado Cláudio Guerra no seculodiario.com

domingo, 16 de janeiro de 2011

A pregação em muitas igrejas evangélicas está voltada para milagres e curas, distantes dos princípios cristãos, diz pastor

O pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória, Hernandes Dias Lopes é taxativo: o protestantismo no Brasil precisa passar por uma nova reforma. Na avaliação dele, as igrejas evangélicas se desviaram da verdade e vêm utilizando as Escrituras Sagradas para interesses e conveniências pessoais.

Entre eles estariam os milagres, as curas, a prosperidade. "Hoje as pessoas se aproximam de Deus não pelo que Ele é, mas pelo que dá. Desejam o que funciona, o que dá certo, o que permite tirar proveito", pontua Lopes.

Parte dessas igrejas, destaca o pastor, é liderada por pessoas que ficam ricas ao explorarem a inocência dos fiéis. "A maioria sem nenhum preparo cultural e moral", diz Lopes. E quando a igreja se afasta dos princípios do Cristianismo, observa o líder dos presbiterianos, "a vida começa a ficar errada: aparecem as dificuldades, os problemas familiares, a depressão, as drogas". Para ele, o caminho para contornar essa exploração é vencer o analfabetismo bíblico. É conhecer a verdade na fonte, nas Escrituras Sagradas. "Quando falta o conhecimento, as pessoas caem na rede das maiores loucuras, das maiores heresias, dos enganos mais sutis da religiosidade", lembra Lopes.

Na próxima quinta-feira, o reverendo aumenta a lista de suas publicações - que já chegaram à casa dos 90 - com o lançamento de mais três livros. Um deles é de devocionais, reflexões práticas que ajudam a entender os textos bíblicos. Veja abaixo mais detalhes da entrevista concedida pelo pastor Hernandes durante suas férias nos Estados Unidos.

Na próxima quinta, o senhor lança um livro com reflexões práticas sobre a Bíblia.
São 52 devocionais, um para cada semana do ano. É uma forma de mostrar para o leitor as riquezas, a atualidade e a pertinência que a Bíblia tem para os nossos dias. Neles trato de assuntos variados: família, casamento, criação de filhos, depressão, ansiedade, igreja, sociedade, cultura.

O Brasil é um dos países onde mais se imprime bíblias, mas também é onde ela é menos lida.
É um paradoxo. Uma cultura de analfabetismo bíblico. E com isso muitos se tornam inocentes úteis nas mãos dos espertalhões, dos aproveitadores. A Bíblia diz: "O meu povo está sendo excluído porque me falta o conhecimento". Quando falta o conhecimento, as pessoas caem na rede das maiores loucuras, das maiores heresias, dos enganos mais sutis da religiosidade.

Há preconceito?
Há quem pense que se trate somente de um livro religioso e que sua leitura pode deixar a pessoa bitolada, o que é uma tolice. A Bíblia é um livro de cultura geral extraordinário e absolutamente prático. Nenhum livro produziu tanta transformação de vida, de caráter, de família, de pessoas, de sociedade, de cultura. Ninguém pode ser dizer culto sem ler a Bíblia. O triste é que até no meio evangélico há quem a utilize de forma mágica.

Como?
Abre a Bíblia a esmo, põe o dedo em um versículo e diz: "O que Deus esta falando comigo?" A Bíblia não é um livro mágico, mas lógico, racional. Quem assim age está lendo a Bíblia pelo avesso, de cabeça para baixo, não está entendendo nada.

O senhor também já fez críticas ao meio evangélico por não se saber orar.
 
Vivemos em uma cultura antropocêntrica ou humanista, onde a própria religiosidade coloca o homem no centro. Hoje as pessoas se aproximam de Deus não pelo que Ele é, mas pelo que dá. Desejam o que funciona, o que dá certo, o que permite tirar proveito. A pregação é a da prosperidade, dos milagres, para o fiel ficar rico. O que leva a uma exploração da fé.

Essa pregação é a marca do neopentecostalismo, responsável pelo surgimento de inúmeras pequenas igrejas evangélicas.
 
Que pipocam em vários lugares e que são lideradas por pastores que ficam ricos ao explorarem a inocência das pessoas. A maioria deles sem nenhum preparo cultural e moral, o que gera o descrédito na religião, na fé cristã, e com isso não podemos concordar.

Como evangelizar nesse meio?
 
O que precisamos no Brasil é de uma nova reforma religiosa. A própria igreja evangélica desviou-se da verdade. Uma verdade que está na Bíblia, que precisa ser estudada como ela é, e não como querem que ela seja. O problema é que a estão usando para interesses próprios, para as conveniências pessoais.

Quais?
Prosperidade, sucesso, milagres, curas. Ninguém quer pagar o preço de conhecer a verdade, de viver a ética. Querem algo enlatado, fast food. A igreja evangélica cresce muito, mas em detrimento da ética. A pessoa se diz cristã, mas o seu comportamento não muda, assim como a sua família e a maneira como lida com o dinheiro. Esquecem que o Cristianismo é transformação. Ele muda o caráter, a vida, a família, a sociedade, a política. Quantos políticos no Congresso Nacional se dizem evangélicos e, muitas vezes, estão à frente da corrupção, usando a fé para benefícios pessoais em vez de serem transformados por ela?

A Reforma Protestante veio de um racha com a Igreja Católica por problemas semelhantes.
A Reforma foi uma volta às Escrituras Sagradas, quando Martinho Lutero e os outros reformadores perceberam que a igreja estava seguindo práticas que não tinham amparo nas escrituras. Hoje as próprias igrejas evangélicas têm práticas contrárias à Bíblia, com enganos, mentiras, milagres a granel. Abrem-se igrejas como se abrem franquias de empresas. É completamente contrário ao que a Bíblia ensina.

Essa discussão está ligada à proposta de retorno à chamada igreja primitiva? O que isso significa?
 
É o retorno à igreja dos apóstolos, fiel à verdade, disposta a morrer pelo Evangelho, que não negociava a verdade, os princípios, que não vendia sua consciência por dinheiro. Nela os cristãos estavam prontos para morrer pelo Cristianismo.

Era também uma igreja marcada pela vivência em comunidade, bem diferente do individualismo presente na atual sociedade.
Como já disse, é um século humanista, com cada um por si e Deus para todos, onde não há princípios do Cristianismo. Quando se abandona a teologia, a ética se perde. Quando a igreja foge da verdade, a vida começa a ficar errada, aparecem as dificuldades.

Quais?
 
Problemas no casamento, com os filhos, depressão, ansiedade, uso de drogas. No momento em que a sociedade abandona a verdade, perde o rumo na vida moral.

Há algum movimento em prol dessa reforma?
 
Sim. Não diria que há um movimento articulado, mas as igrejas históricas estão preocupadas com essa situação.

O que o senhor diria para quem busca espiritualidade? 

Que não se pode ter uma fé de segunda mão. A grande conquista da Reforma Protestante foi garantir a independência para buscar a Deus, para ler e entender as Escrituras Sagradas. Não é preciso interveniência de ninguém, não é preciso ser dependente de ninguém. A Bíblia diz: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Quem a conhece não se torna presa de lobos, não se torna inocente útil nas mãos dos aproveitadores.

Perfil

Vida. Hernandes Dias Lopes é de Nova Venécia, Norte do Estado. Casado com Udemilta Pimentel Lopes, tem dois filhos: Thiago e Mariana

Cursos. Estudou Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, São Paulo, e fez doutorado em Ministério no Reformed Theological Seminary, em Jackson, Mississippi, nos
Estados Unidos

Igreja. Foi pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Bragança Paulista, em São Paulo, de 1982 a 1984 e, desde 1985, é o pastor titular da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória

Atuação. É conferencista e escritor, com mais de 90 livros publicados. Mantém um programa - Verdade e vida - nas manhãs de sábado, na Rede Vida. É diretor da instituição Luz para os Caminhos, em Campinhas, São Paulo

Contatos. Teólogo respeitado no meio cristão, possuiu um site hernandesdiaslopes.com.br. Nele é possível encontrar seus sermões, livros, pastorais e vídeos sobre sua atuação

Confira!

Devocionais. O livro contém 52 reflexões práticas sobre a Bíblia, abordando temas como depressão, família, dinheiro, espiritualidade, ansiedade e amizade. Traz ainda mapas e uma seção que ajuda o leitor
a entender melhor questões como os pesos e medidas da época de Jesus. O texto é escrito com uma letra maior, o que pode facilitar a leitura. Lançado pela Editora Hagnos (www.hagnos.com.br), custa R$ 32,90

Outros. No mesmo dia, o pastor Hernandes Dias Lopes lança outros dois livros: "As Súplicas do Mundo" e "Ouça
o que espírito diz às igrejas", também da Editora Hagnos

Local. O lançamento dos livros acontece na próxima quinta-feira, dia 20, às 16h, na Livraria Moriá, em Vila Velha

Fonte:  A Gazeta

domingo, 2 de janeiro de 2011

A Besta do Apocalipse: o número 666, qual o significado?

O Apocalipse de São João fala de duas besta. A besta do mar e a besta da terra, que formarão o "Anticristo" no fim dos tempos. Os comentaristas dizem que a Besta que vem do mar é o poder político, aliado ao temível Satanás. E a besta que vem da terra é o poder do dinheiro. A besta da terra, o poder financeiro, "Fará todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, a receber uma marca na sua mão direita, ou sobre a fronte, e que ninguém possa comprar ou vender, a menos que ele leve essa marca, que foi a fera , ou o número que representa seu nome. Aqui está a sabedoria do homem. Aquele que tem entendimento, calcule o número da: besta. Porque é o número de um eo número dele é 666 ".
(Ap 13:16-18)

A respeito do anticristo, e do número da besta, a palavra "besta" é usada simbolicamente para demontrar a ignorância do homem (Salmos 73:22), agindo como uma criatura irracional. isto é, sem consciência diante de Deus. No original, é a mesma palavra que aparece traduzida de forma diferente em Salmos 94:8; Jeremias 10:8,14,21; 51:17.


A palavra "besta" é usada também para designar grandes poderes seculares, tendo diferentes características, dependendo da criatura simbólica que é descrita, mas significando em todos os casos a ausência de qualquer conexão moral com Deus. Desta forma foi usada por Daniel referindo‑se aos quatro grandes reinos (Dan. 7:3‑23), em Apocalipse referindo‑se ao Anticristo e ao Império Romano restabelecito (Ap. 13:1; 20:10).


Quanto ao número da besta, 666, muitos já tentaram decifrá‑lo, fazendo contas mirabolantes e chegando a identificar os papas como sendo a besta. Não creio que esteja certo pensar assim, pois, embora a besta tenha poder eclesiástico, em Apoc. 17:16 vemos a grande meretriz, a Babilônia, que é a cristandade professa, da qual não faz parte apenas Roma, ser desolada pelos dez chifres da besta.


Essa cristandade inclui todo o sistema cristão criado por homens, que estará então unificado sob a influência de Roma. Os verdadeiros crentes, mesmo aqueles que agora pertencem a tais sistemas, serão arrebatados por Cristo antes da revelação da besta, ficando aqui na terra apenas as organizações chamadas cristãs, com seus membros que não tiverem sido renascidos, os quais continuarão a celebrar seus cultos e ofícios religiosos, se unindo cada vez mais até darem as boas vindas à besta.


O número 666 significa número de homem. Na Bíblia encontramos que o número 7 significa algo espiritualmente completo. Costuma estar relacionado ao bem e à perfeição.(Num. 8:2, Lev. 4:6,17; 8:11; Apoc. 1:4). Já o número 6 significa imperfeição ou algo incompleto, pois não chega a ser sete. O número 3 é algo completo em seu testemunho, assim como Deus é completo sendo uma trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, equanto ainda um só Deus.


Portanto, o número 6 repetido 3 vezes pode ser identificado como a completa imperfeição. Satanás irá querer imitar a Trindade divina, pois vemos a atuação de Satanás, da besta e do falso profeta. 666 é, portanto, a imperfeição elevado ao seu grau máximo. Pode ser que o número em si tenha um significado mais particular, identificando um determinado homem.


Mesmo assim, isso são apenas suposições, pois não devemos nos esquecer de que o número citado em Apocalipse não são três números "6", como "seis, seis, seis" ou "meia, meia, meia" como costumamos dizer, mas "seiscentos e sessenta e seis", um número inteiro.


Todavia, como o iníquo só será revelado após o arrebatamento, é infrutífero ficarmos tentando associar o número a algum homem. Assim como teria sido impossível para um israelita do Antigo Testamento discernir a Igreja, que só seria revelada a Paulo e, mesmo assim, depois de sua formação no dia de Pentecostes, tentar discernir algo que só irá interessar o remanescente judeu depois do arrebatamento pode não ser exatamente o que Deus quer daqueles que hoje fazem parte da igreja. O remanescente judeu que vai se converter durante a tribulação, depois que nós, a Igreja, formos arrebatados, terá subsídios suficientes para discernir o homem ao qual o número 666 se refere.
Fonte: respondi.com.br/2005/05/qual-o-significado-da-besta-e-do-666.html


O que é a marca da besta (666)?




Pergunta: "O que é a marca da besta (666)?"

Resposta: A passagem principal na Bíblia que menciona a "marca da besta" é Apocalipse 13:15-18. Outras referências podem ser encontradas em Apocalipse 14:9,11; 15:2; 16:2; 19:20; 20:4. Essa marca age como um "selo" para os seguidores do anticristo e o falso profeta (o porta-voz do anticristo). O falso profeta (a segunda besta) é aquele que leva as pessoas a aceitarem essa marca. Essa marca é literalmente colocada na mão ou na testa, e não é apenas um cartão que alguém carrega.

Os progressos recentes em tecnologias médicas para implantar chips têm aumentado o interesse na "marca da besta", a qual é mencionada em Apocalipse capítulo 13. É provável que a tecnologia que hoje vemos representa os primeiros passos do que pode eventualmente se tornar a "marca da besta". É importante que saibamos que um chip médico implantado não é a marca da besta. A marca da besta será algo dado apenas àqueles que louvam o anticristo. Ter um microchip médico ou financeiro inserido na sua mão direita ou testa não é a marca da besta. A marca da besta vai ser uma "marca" do fim dos tempos exigida pelo anticristo para comprar ou vender e será dada apenas àqueles que adoram ao anticristo.

Muitos expositores bons do livro de Apocalipse têm tido opiniões bastante diferentes sobre o que exatamente a marca da besta é. Além da opinião de uma "carteira de identidade", outros têm especulado que é um microchip, um código de barras que é tatuado na pele, ou simplesmente uma marca que identifica alguém como sendo fiel ao reino do anticristo. Essa última opinião exige menos especulação, já que não adiciona mais informação ao que a Bíblia nos diz. Em outras palavras, qualquer uma dessas idéias é possível, mas ao mesmo tempo são apenas especulações, então teremos que esperar e ver o que acontece. Não devemos perder muito tempo especulando sobre detalhes que vão além do que a Bíblia diz.

O significado de 666 também é um mistério. Recentemente, muitas pessoas especularam que havia uma conexão a 6 de junho de 2006 – 06/06/06. No entanto, de acordo com Apocalipse capítulo 13, o número 666 identifica uma pessoa, não uma data. Apocalipse 13:18 nos diz: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis”. De alguma forma, o número 666 vai identificar o anticristo. Por séculos, intérpretes da Bíblia têm tentado identificar certos indivíduos com 666. Nada é conclusivo. Por isso Apocalipse 13:18 diz que o número requer sabedoria. Quando o anticristo for revelado (2 Tessalonicenses 2:3-4), vai ser claro quem ele é e como o número 666 o identifica.
Fonte: gotquestions.org/portugues/marca-besta-666.html

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