sábado, 12 de fevereiro de 2011

Deus e o Dinheiro

Princípios Bíblicos sobre Finanças


Falar sobre finanças parece ser algo muito pouco espiritual. Acontece, entretanto, que, na prática, não podemos ignorar o fato de que lidamos com esse assunto todos os dias.


Existem 1.565 versículos que falam em dinheiro. Curiosamente, dos 107 versículos do sermão do monte 28 se referem a dinheiro. Além disso, Jesus se referiu ao dinheiro (ou riqueza) em 13 parábolas. Isso mostra como a Bíblia trata desse assunto com expressividade.


O Senhorio de Deus é sobre absolutamente todas as coisas, inclusive sobre as riquezas e os recursos. Ele tem todo o poder e autoridade sobre tudo e todos. O profeta Ageu escreveu que o Senhor dos Exércitos disse: "minha é a prata e meu é o ouro" (Ag 2.8). Desde os tempos de Moisés havia a compreensão que "é Ele que te dá força para adquirires riquezas..." (Dt 8.18)


Vamos apontar alguns princípios bíblicos sobre finanças e citar referências selecionadas para fundamentar esses princípios. Comentários adicionais se fazem desnecessários. Abra seu coração e deixe o Espírito de Deus revelar em sua vida a aplicação de cada princípio desses para não cair na insensatez.


Em relação a você mesmo


1. Viva do seu trabalho - Ef 4.28: "Aquele que furtava, não furtes mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir o necessitado". - Sl 128.2: "Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás e tudo te irá bem". - 1 Ts 4.10-12: "Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais e a diligenciardes por viver tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos, de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar".


2. Não viva à custa dos outros - 2 Ts 3.7-8,10,12: "...pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós, nem jamais comemos pão a custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós ...Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se alguém não quer trabalhar, também não coma...A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão..."


3. Planeje seus gastos - planejar vem antes de gastar! - Lc 14.28: "Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir?"


4. Invista no que é necessário - Is 55.2: "Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares".


5. Contente-se com o que tem - 1 Tm 6.6-8: "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com o que vestir, estejamos contentes".


6. Não tenha apego ao dinheiro - 1 Tm 6.9-10: "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores".


7. Não seja servo do dinheiro - Mt 6.24: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de se aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza".


Em relação à família


8. Cuide de sua família - 1 Tm 5.8: "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente".


9. Guarde para seus filhos - 2 Co 12.14: "Eis que pela terceira vez, estou pronto a ir ter convosco e não vos serei pesado, pois não vou atrás de vossos bens, mas procuro a vós outros. Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos". Pv 13.22a: "O homem de bem deixa herança aos filhos de seus filhos".


Em relação a Deus


10. Reconheça que tudo vem dele - 1 Cr 29.14: "Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos".


11. Honre-o com seus bens - Pv 3.9-10: "Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda, e se encherão fartamente os teus celeiros e transbordarão de vinho os teus lagares".


12. Mantenha uma posição de fé e confiança - Mt 6.25ss: "Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?... O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso".


Em relação aos outros


13. Nunca fique devendo nada a ninguém - Rm 13.7-8: "Pagai a todos o que lhes é devido: a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor". Pv 22.7b: "O que toma emprestado é servo do que empresta".


14. Seja fiel com compromissos assumidos - 1 Co 4.1-2: "Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel".


15. Pague os impostos e tributos devidamente - Rm 13.6-7: "Por este motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhe é devido; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra".


16. Seja fiel com a propriedade do outro - Lc 16.12: "Se não vos tornastes fiéis na aplicação do alheio, quem vos dará o que é vosso?"


17. Muito cuidado ao ser fiador de alguém - Pv 11.15: "Quem ficar como fiador de qualquer um acabará chorando. Será melhor não se comprometer".


18. Seja generoso em dar e repartir - 1 Tm 6.18: "Mande que façam o bem, que sejam ricos em boas ações, que sejam generosos e estejam prontos para repartir com os outros aquilo que eles têm".



Rodolfo Garcia Montosa - www.institutojetro.com

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Fiéis ignoram norma moral e sexual

A Igreja prega uma coisa e os católicos fazem outra, sobretudo na área moral, quando entra em jogo a sexualidade. Não é só o aborto, mas também questões como controle de natalidade, sexo antes do casamento, segunda união de descasados e inseminação artificial. A doutrina continua inalterada nas normas de documentos oficiais, mas no foro íntimo a situação muda. Sacerdotes que atendem os fiéis nos confessionários estão mais preocupados com a formação da consciência de cada um do que com definição de pecado.

"É raro jovens se acusarem pela prática de masturbação ou de fazer sexo antes de se casarem, algo que vai se tornando natural", informa padre Benedito Ferraro, professor da Faculdade de Teologia da PUC de Campinas. "O que a Igreja fala não é seguido, a não ser nas novas comunidades, que voltam à rigidez do passado. A juventude vai abandonando a exigência de que moça tem de se casar virgem, assim como divorciado que vive em segunda união participa da Eucaristia, apesar da proibição."

O teólogo padre João Batista Libânio ensina que existe uma dupla linguagem - o que a instituição fala e o que os católicos praticam. "Para a maioria dos jovens, sexo não é problema moral, não consideram pecado o que se proíbe", diz o jesuíta. Essa conduta é fruto da tensão da pós-modernidade que a Igreja institucional - bispos, padres, CNBB, pastorais - enfrenta atualmente, enquanto o Povo de Deus, que são também os fiéis, segue por outro caminho, de liberdade religiosa, subjetividade e pluralismo de culto.

A discussão sobre o aborto, cuja prática os bispos condenam sem abrir exceção nem mesmo para os casos previstos na lei, é uma questão que, na opinião de padre Libânio e de outros teólogos, a Igreja deve discutir num espectro mais amplo, levando em conta o problema sexual em sua totalidade. A prevenção do aborto, argumentam, inclui o problema da saúde e as condições sociais da população.

O segundo casamento, diz o padre salesiano Cleto Caliman, assessor da CNBB, é um dos grandes desafios para a Igreja. "Os recasados se queixam da falta de acolhida, porque são convidados a participar da vida da comunidade e da oração, mas não podem participar da eucaristia. No caso da pílula anticoncepcional, ninguém pergunta ao padre se é proibida, um sintoma da secularização dos fiéis que fogem das regras religiosas", observa padre Cleto.

Convicções. Para d. Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte, a Igreja deve ser capaz de criar convicções nas pessoas, inspirada em Jesus Cristo, que não tinha um código nas mãos e deixou uma norma só, o amor. Isso vale para a segunda união e para outras matérias, como o uso de preservativos, a prática homossexual e o casamento entre parceiros do mesmo sexo. "Não cabe à Igreja o papel de vigiar se alguém está comungando ou não, mas sim a enorme tarefa de chegar à consciência das pessoas, para que sejam capazes de escolher o caminho de vida mais próximo daquele que Jesus indicou." O que deve prevalecer, insiste d. Mol, é a misericórdia de Deus.

"Sabemos que há católicos e católicos, pois muitos infelizmente não conhecem a doutrina da fé e a moral católica tão bem explicadas no Catecismo da Igreja Católica aprovado pelo papa João Paulo II e pelos bispos em 1992", lamenta o professor Felipe Aquino, membro do movimento carismático Associação Canção Nova. Quem discorda dos ensinamentos do magistério da Igreja não conhece suas razões teológicas, antropológicas e filosóficas, observa o professor. A Canção Nova e outros movimentos de vida apostólica procuram seguir à risca a doutrina da Igreja e os ensinamentos do papa.

ESTADAO

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Igreja Universal do Reino de Deus é condenada no RS a pagar R$ 20 mil para fiel

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul condenou a Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) a indenizar em R$ 20 mil uma seguidora da instituição.

Edir Macedo, líder da IURD
Diagnosticada com Transtorno Afetivo Bipolar, a fiel entrou com uma ação por se sentir coagida moralmente a fazer doações à Iurd em troca de supostas recompensas divinas.

Segundo a assessoria do TJ, a autora disse que passou a frequentar diariamente o culto quando passava por uma crise conjugal, cujo desfecho foi a separação.

Penhorou joias e vendeu bens para dar conta do dízimo (10% dos rendimentos do fiel) e outras doações à igreja. Com base em depoimentos e declarações de Imposto de Renda, o TJ calculou redução de cerca de R$ 292 mil no patrimônio da mulher.

Na época, a fiel afirma que se submetia a tratamento psiquiátrico e que não tinha juízo crítico. Ela diz que hoje vive em situação miserável e pediu indenização por danos material e moral.

Em sua defesa, de acordo com o TJ, a Iurd invocou o direito constitucional à liberdade de crença e a inexistência de prova das doações.

Em 2010, a Justiça de Esteio (região metropolitana de Porto Alegre) negou o pedido de indenização. Ela recorreu e a 9ª Câmara Cível do TJ reformou a decisão na quarta-feira (26). O processo, que correu em segredo de Justiça, foi divulgado nesta terça-feira.

A relatora do recurso, desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, considerou que o Estado brasileiro é laico, o que garante a inviolabilidade de consciência e de crença.

Apesar da garantia, porém, o Estado brasileiro também garante aos seus cidadãos a inafastabilidade da jurisdição, o que determina que os atos praticados pela igreja não estão isentos do controle da Justiça.

"Diante de questões como a representada nos autos, o grande desafio do Estado, na figura do Poder Judiciário, é identificar quando condutas individuais, praticadas no interior dos núcleos religiosos, se transformam em efetiva violação de outras garantias jurídico-constitucionais", diz a desembargadora em seu voto.

Acompanharam a votação os desembargadores Túlio Martins e Leonel Pires Ohlweiler.

Ohlweiler considerou que a Iurd não respeitou a liberdade de crença da autora, impondo-lhe uma condição de fé quando estava comprovadamente fragilizada pela doença psiquiátrica.

Para os desembargadores, a igreja abusou do direito de obter doações, mediante coação moral. Por este motivo, reformaram a decisão da primeira instância, condenando a igreja a pagar indenização por danos morais. O pedido de dano material não foi aceito.

OUTRO LADO

A Igreja Universal do Reino de Deus informou que "irá recorrer, interpondo recurso tanto ao STJ [Superior Tribunal de Justiça], quanto ao STF [Supremo Tribunal Federal] contra esta decisão do TJ-RS, a qual inclusive, ainda não foi publicada oficialmente".

folha.uol.com.br

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