Pela primeira vez, os EUA dizem que o país está exposto a irregularidades
O Vaticano entrou pela primeira vez para a lista de países suscetível à lavagem de dinheiro. A inclusão foi feita pelo Departamento de Estado americano na última quinta-feira.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, embora sua situação não tenha sido descrita como de alto risco, ele aparece na categoria "preocupação", a segunda numa escala que tem "maior preocupação" para os casos mais graves e "monitorados" para os menos sérios. Isso significa que o sistema financeiro do Vaticano está, de alguma forma, exposto à prática.
"Com os grandes volumes de divisas internacionais que passam pela Santa Sé, é um sistema que o torna vulnerável como potencial centro de lavagem de dinheiro", disse Susan Pittman, da Divisão do Departamento de Estado que cuida da aplicação da lei e do combate internacional a narcóticos.
Investigação
Em 2010, o Banco do Vaticano, criado pelo Papa Pio XII em 1942, foi investigado pela Justiça italiana por suspeita de lavagem de dinheiro. Um total de 23 milhões de euros supostamente usados em transações irregulares foi bloqueado pelo Ministério Público italiano.
O banco negou as irregularidades, e, apesar de o dinheiro ter sido desbloqueado no ano passado, a investigação continua.
A expectativa do Vaticano é ser incluído em uma "lista branca" da Comissão Europeia sobre crimes financeiros. A decisão final sobre o tema deve ser divulgada no mês de junho. No mês passado, a Santa Sé realizou reformas jurídicas para se adequar às regras internacionais .
No entanto, alguns meses atrás, jornais italianos publicaram cartas secretas que apontavam um conflito entre os mais altos membros do Vaticano sobre a transparência que o banco estatal deveria ter em relação às transações financeiras realizadas antes dessas mudanças.
Na lista divulgada pelo Departamento de Estado americano, a categoria dos centros mais vulneráveis a lavagem de dinheiro inclui o Brasil e países desenvolvidos, como Alemanha, Itália, Rússia e os próprios Estados Unidos, por causa do tamanho das suas economias e sistemas bancários — o que supostamente facilita irregularidades.
A Gazeta
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