segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pregador islâmico radical iemenita pede morte aos americanos

CAIRO - Um clérigo islâmico nascido nos Estados Unidos e vinculado com o ramo da al-Qaeda no Iêmen pediu nesta segunda-feira aos muçulmanos ao redor do mundo para matar os americanos, que chamos de "partido do demônio".

Anwar al-Awlaki, de 39 anos, é um dos clérigos radicais mais importantes e seus sermões costumam incitar a jihad, a guerra santa dos muçulmanos, contra os Estados Unidos.

Al-Awalaki influenciou milicianos relacionados com vários ataques ou tentativas de ataques em território americano. As autoridades iemenitas dizem que ele poderia ter apoiado o recente complô com explosivos ocultos em pacotes, mas é possível que não tenha desempenhado uma parte ativa no plano.

O clérigo tem aparecido em outras mensagens alentando os muçulmanos a assassinar os soldados americanos e justificando as mortes de civis dos Estados Unidos, acusando Washington de matar um milhão de civis muçulmanos no Iraque, Afeganistão e em outras partes do mundo.

Em sua nova mensagem, em um vídeo divulgado em sites de extremistas, al-Awalaki argumenta que não necessita uma justificativa para atacar os Estados Unidos.

"Não consultem niguém para matar americanos. Lutar contra o demônio não requer consultas nem orações para buscar a guia divina. Eles são o partido de satã e combatê-los é a obrigação da época. Trata-se de nós ou eles", afirma al-Awalaki no vídeo de 23 minutos.

Em um vídeo de 23 minutos divulgado em sites islâmicos, Anwar al Awlaki também acusou o Irã de tentar ampliar sua influência entre os países árabes da região. O vídeo parece ter sido gravado antes da frustrada tentativa de enviar pacotes-bomba do Iêmen para os EUA.


'Só falar do púlpito não basta', disse Awlaki, dirigindo-se aos clérigos islâmicos. 'As palavras que não estão ligadas à ação nem fornecem à sociedade passos práticos que levem a uma mudança não nos beneficiam neste momento. Ou apoiamos os mujahideen (combatentes da guerra santa) e ganhamos tudo, ou os traímos e perdemos tudo.'

Al-Awlaki, nascido no Novo México de pais iemenitas, tem utilizado seu site e os sermões em inglês para encorajar os muçulmanos a matar efetivos americanos no Iraque.

O serviço de inteligência dos Estados Unidos tem ligado al-Awlaki aos terroristas do 11 de setembro de 2001, assim como com Umar Faruk Abdulmutalab, um jovem que tentou explodir uma avião sobre Detroit no Natal do ano passado por meio de explosivos escondidos em suas roupas íntimas.

Vários investigadores americanos dizem que desde que al-Awlaki voltou ao Iêmen em 2006 passou a inspirar milicianos a se tornarem operadores da ramificação da rede al-Qaeda no país.

Essa ramificação da al-Qaeda assumiu a responsabilidade do envio de bombas em pacotes destinados aos Estados Unidos. As bombas foram encontradas em aeroportos do Reino Unido, de Dubai e dos Emirados Árabes Unidos antes de serem detonadas por especialistas em controle de explosivos.
AP

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