quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Quando o governo está instável, fé em Deus aumenta

Estudo mostra que população se volta para religiosidade quando governo está em crise

Um grupo de cinco pesquisadores examinou como a instabilidade do governo, seja ligada a problemas financeiros ou eleições iminentes, afeta o funcionamento psicológico dos indivíduos. O estudo, publicado na edição de novembro da revista científica Journal of Personality and Social Psychology, revela que, quando a confiaça no governo é abalada, a fé em Deus consequentemente aumenta.


A pesquisa aponta que, ao sentir que assuntos pessoais estão fora de controle, as pessoas recorrem a uma força externa e considerada superior – seja o governo ou uma entidade religiosa – para se sentirem seguras. Quando o governo falha, a maioria das pessoas recorre ao lado espiritual.

Os estudos envolveram análises de padrões históricos, constatando que as altas no número de conversões religiosas correspondem a períodos de crises econômicas. Similarmente, ao passo que os países desenvolvem governos mais estáveis ao longo do tempo, a devoção religiosa cai.

Para chegarem a essa conclusão, os pesquisadores realizaram quatro experimentos. No primeiro, participantes respondiam questões sobre política e religião duas semanas antes e duas semanas depois das eleições de 2008 na Malásia. O período pré-eleição teve maior preferência por respostas ligadas ao lado religioso.

No segundo experimento, artigos ficcionais denegrindo políticos foram mostrados a canadenses. Os que leram as notícias falsas tendiam a acreditar mais em Deus. O terceiro experimento seguiu a mesma fórmula, mas com artigos falando bem sobre o governo – as respostas mostraram que as pessoas estavam com menor fé em Deus.

O último experimento mostrou aos participantes notícias de cientistas renomados sobre a possibilidade de intervenções divinas no universo. Os participantes apresentaram maiores níveis de apoio do governo quando viram que os cientistas concluíram que é improvável que Deus seja capaz de fazer intervenções nos assuntos do cotidiano.

Curiosamente, os pesquisadores admitiram uma falha no estudo: as observações nos EUA contradisseram suas conclusões. Lá, o cometimento religioso não apresentou instabilidades.

Fonte: Galileu

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