sábado, 4 de setembro de 2010

Dia de São Bartolomeu, quando o Diabo anda solto pela Terra

São Bartolomeu, para alguns religiosos, é o apóstolo mais picolé de chuchu do Novo Testamento, mas para outros, é a prova cabal que não precisa fazer nada de extraordinário para crer em Jesus e ele o considerar especial. Ele é o padroeiro dos padeiros, dos alfaiates e dos sapateiros. Mas apesar da fama de sem sal, a crença popular, principalmente no Nordeste brasileiro, acredita que no seu dia, exatamente 24 de agosto, o Diabo anda solto pela Terra aprontando e fazendo malvadezes.

E um dos fatos históricos mais chocantes da intolerância religiosa foi o assassinato de milhares dos protestantes pelos católicos, em Paris, na França, na noite de 24 para 25 de agosto de 1572. O ato de violência ficou conhecido como o Massacre da Noite de São Bartolomeu. As cenas de bárbarie foram retratadas no filme Rainha Margot (1994), de Patrice Chéreau com Isabelle Adjani e Daniel Auteuil.


O massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento na repressão dos protestantes na França pelos reis franceses, católicos. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes).

Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.

Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, irmã do rei da França, com Henrique de Navarra, uma aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos romanos, e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono. Em 22 de Agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfureceu os protestantes, apesar de ele ter ficado apenas ferido.

Nas primeiras horas da madrugada de 24 de Agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real.
Este foi o sinal inicial para um massacre mais vasto. Começando em 24 de Agosto e durando até Outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans.

Relatos da quantidade de cadáveres arremessados nos rios afirmam uma visível contaminação, de modo que ninguém comia peixe,pelas condições isalubres do local.

Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses. Outros pogromas se seguiriam.

Na literatura e na dramaturgia

A história foi relatada por Alexandre Dumas em sua obra A Rainha Margot, um romance de 1845, historicamente acurado, apesar de Dumas ter inserido tons de romantismo e aventuras em seu texto. O romance de Dumas foi adaptado ao cinema em 1994, em A Rainha Margot ("A Rainha Margot"), de Patrice Chéreau.

O massacre já tinha sido representado no cinema por D.W. Griffith no filme mudo Intolerance ("Intolerância"), de 1916.

Também contada pelo escritor Michel Zevaco (Autor francês, nasceu em Ajaccio, em 1860 na mesma cidade de Napoleão Bonaparte cem anos depois, conhecedor profundo da Historia Francêsa Medieval e Renascentista) no romance inicial Os Pardaillans, onde ele era mestre em ficção dentro da realidade. (wikipedia.org)

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